quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

LUTO NACIONAL


Ontem, a nossa Isabel casou-se.
A Aldeia Lusitana decretou três dias de luto nacional que respeitaremos religiosamente.

O Annus Horribilis do Pai Natal

Este ano as coisas não tinham corrido nada bem. Mesmo nada bem.
Sentado no estábulo, semi-nu da cintura para baixo, o Pai Natal reflectia.
Primeiro tinham sido as negociações com os sindicatos dos duendes, que queriam melhorias salariais superiores a 345%, afirmando que nos últimos 127 anos os duendes não haviam sido aumentados e que, portanto, os novos aumentos anuais teriam de reflectir os aumentos não verificados em anos anteriores, bem como os actuais níveis de inflação.
Tinha-lhes respondido que, ou aceitavam a coisa conforme estava, ou então mudaria a sede de fabrico de brinquedos e início de viagem para a China, onde a mão-de-obra e os materiais eram bastante mais baratos. Aliás, cerca de 15% dos brinquedos que iriam ser transportados este ano já tinham sido comprados em lojas chinesas na Lapónia, dado que o ritmo dos duendes não tinha conseguido acompanhar o crescimento demográfico mundial e a maior exigência de prendas.
Aliado a tal argumento, também ajudou o facto do Ministro da Economia da Lapónia, um tal Manuel Lapinho, se meter na discussão e dizer aos duendes que a actividade deles continuaria sem aumentos anuais, caso contrário a indústria mais rentável do sítio, o turismo de Natal para ver as instalações, encerraria, e com isso o País ver-se-ia obrigado a aderir ao Fundo de Ajuda Humanitária do Bob Geldof. Onde não havia emprego para duendes.
Depois, vieram o raio das renas. Ele bem sabia que a instalação de TV Cabo nas suas instalações ir-lhe-ia, mais cedo ou mais tarde, causar problemas. Nunca pensara que fossem deste tipo.
As sacanas das renas tinham-lhe apresentado um pré-aviso de greve. Marcada para a noite de véspera de Natal. Existiam outras 364 noites durante o ano. E tinham escolhido logo aquela. Alegavam cerca de 250 anos de salários em atraso.
Falara-lhes das dificuldades financeiras da fábrica, da impossibilidade de conseguir receitas (as pessoas tinham-se habituado a receberem as prendas do Pai Natal sem nada darem em troca) e apelara-lhes à lágrima pela tristeza das crianças ao aperceberem-se da falta de prendas.
Nada feito. Estavam fartas de comer erva de terceira categoria na Lapónia e queriam algo melhor à mesa. Bem como melhores instalações e condições de trabalho. Estavam fartas de serem confundidas com mísseis SCUD e automaticamente alvo de bombardeio quando sobrevoavam Israel.
Não tivera outro remédio. Tivera de procurar patrocinadores. Alguém havia-lhe sugerido esta sociedade, que parecia ter dinheiro para jogar à rua, em causa nobres, desde que com as devidas contrapartidas. Viu-se frente a frente com os representantes da Bentandwin.com, no gabinete do Manuel Lapinho.
Fora uma longa discussão. Eles tinham sido bastante generosos no valor das ofertas anuais, mas as contrapartidas...as contrapartidas...
Primeiro, quiseram 90% das receitas televisivas anuais que fossem obtidas. Quais receitas televisivas, perguntara. Responderam-lhe que a viagem do Pai Natal deveria ser transmitida para todo o Mundo, que era algo que, na Aldeia Global que hoje existe, seria perfeitamente normal, e que todos os canais do Mundo iriam pagar uma fortuna para terem o exclusivo. Por ele tudo bem, respondera, desde que não metessem câmaras no seu chapéu.
Em segundo lugar, quiseram que ele permitisse o desenvolvimento de apostas relacionadas com a noite de Natal e com a utilização do seu nome: quantas horas iria demorar em cada país, quantas prendas aí entregaria, quais os países que não sobrevoaria, etc.. Isto parecera-lhe confuso, mas não pareceu ver nada de mal, por aí.
O problema fora a terceira cláusula. E era aí que a negociação se tinha prolongado. Os sujeitos queriam que ele passasse a usar o fato com as cores amarela e preta. Da cor do símbolo da sociedade patrocinaste. Retorquira-lhes que não era o Avô Metralha para usar aquelas cores, e que a cor vermelha do Natal já estava demasiado enraizada no espírito da sociedade para de repente o Pai Natal deixar de a usar.
Os sujeitos disseram-lhe que era pegar ou largar.
Pensou, hesitou e apresentou-lhes a proposta das renas usarem trajes amarelos e pretos.
Não, disseram-lhe, tinha de ser ele.
Mas, retorquiu, se usasse um fato amarelo à noite quando sobrevoasse o Médio Oriente, mais valia fazer já o seu testamento. Os sujeitos olharam uns para os outros e de repente desataram a dizer uns para os outros, com enorme entusiasmo, demasiado para o seu gosto, “ena pá, que excelente monte de apostas que podemos fazer a partir desta hipótese do amarelo! Em que país o Pai Natal vai morrer? O Pai Natal vai morrer este ano? Quantos minutos o Pai Natal aguenta vivo se sobrevoar a Faixa de Gaza?”.
Não aguentando mais, levantou-se. Preparava-se para sair quando um dos sujeitos, aquele que havia permanecido ao canto bastante calado durante tudo isto, chamou o seu nome e disse-lhe “Esqueça a terceira cláusula. O patrocínio é seu”. Isto perante o olhar temeroso dos demais.
Agradecera e saíra. Mais aliviado.
Animadas pelo aviso do patrocínio recebido (mas curiosamente ainda não pago até à data), as renas decidiram ceder e participar na entrega deste ano. Menos-mal.
A coisa continuou quando os sujeitos da televisão decidiram instalar as câmaras de filmar nas hastes das renas, para a tal transmissão mundial da viagem. Após as experiências efectuadas, aperceberam-se de que as hastes em si interferiam com a transmissão de imagens. Instalaram então as câmaras nas partes laterais do trenó.
Normalmente, até gostava de ir beber um chocolate quente ao Alasca antes de começar a distribuição pelos atóis do Pacifico, os primeiros do fuso horário a apanhar com a noite natalícia. Este ano não pôde. Teve de comparecer a uma entrevista de divulgação da viagem por exigências publicitárias do contrato de patrocínio celebrado.
Fazendo um esforço mental para não chamar nomes aos envolvidos no negócio (incluindo o próprio), iniciou a viagem com 10 minutos de atraso, devido às perguntas ignorantes e longas da dita entrevistadora, mais relacionadas com insistência na sua vida sentimental. Qual vida sentimental, por São Nicolau?! Não se encontravam facilmente mulheres naquele sítio! E além do mais já se tinha habituado à companhia das renas, pese agora estas quisessem serem pagas pelos seus serviços.
A viagem correra bem, até entrar no Médio Oriente. Raios partam os americanos, a culpa era toda deles. Antes dos americanos se terem lembrado de invadir o Afeganistão e o Iraque, o Médio Oriente fazia-se num ápice. Existiam poucas pessoas que conheciam o Pai Natal (normalmente o pessoal das embaixadas), apesar de muitas mais celebrarem o Natal, mas tão-somente como a comemoração do nascimento de Jesus, desconhecendo a figura do velhinho barbudo vestido à Liverpool FC.
Depois das invasões, tudo se modificara. Os militares, provenientes dos países ocidentais, acreditavam no Pai Natal e estavam nas principais zonas de perigo de bombardeio. E lá tinha de ir o Pai Natal.
No ano anterior vira pelo menos dois mísseis rasarem a traseira do trenó e fizera uso de umas bombinhas de fogo de artifício para os despistar.
Este ano a coisa fora pior. Dois F-16 norte-americanos, confundindo-o sabe-se lá com o quê, perseguiram-no a uma velocidade estonteante, só tendo conseguido despistá-los quando baixou fora do nível de alcance do radar. O problema fora o embate do trenó num edifício semi-bombardeado. As renas e o trenó prosseguiram, mas ele havia caído.
Viu aproximar-se um, dois iraquianos, a olharem-no esbugalhados. Até que um deles abriu a boca e disse-lhe “eu sei quem tu és, és o nosso grande irmão, o nosso salvador, Osama Bin Laden! Essa barba é inconfundível! Alá esteja contigo!”. Já se preparava para lhes dar o Osama quando as renas passaram rente ao local e conseguiu entrar. A última coisa que ouviu dos iraquianos foi “o nosso grande irmão Osama conseguiu mais um avião para rebentar com os alicerces dos edifícios dos hereges americanos! E olha, o avião tem camelos cornudos que voam!”.
Em Israel deparou-se com o problema do costume: a confusão com mísseis SCUD, facilmente desviáveis com bombinhas de núcleo quente atirados noutra direcção.
A coisa correu razoavelmente a partir daí. Até que chegou a Portugal. Tinha sempre imensos problemas em Portugal. Os gajos eram complicados. Para já, as chaminés algarvias. Para passar por elas um sujeito tinha não só de usar a magia como de se contorcer todo. Depois, os meios urbanos estavam agora completamente equipados com exaustores. No início, a coisa revelara-se difícil, mas com o tempo aprendera que bastava uma simples magia de afastamento do painel para se conseguir passar.
Mas não fora isso que causara o sarilho. Fora uma casa nova equipada com a chamada “cozinha inteligente”. Quando passara o exaustor, imediatamente o sistema deu sinal de violação do sistema e tapou todos os cantos à casa. Incluindo o exaustor. Nem com a magia aquilo se mexia. Depois, e rapidamente, vira a luz do corredor acender-se, seguida da cozinha, e ouvira uma voz de criança exclamar “Mãe, pai, o Manuel Alegre está na nossa cozinha!”. A partir daí só se lembrou de correr na direcção da janela e atirar-se contra a mesma, partindo-a. Como era um 14.º andar, assobiou para as renas, dando-lhes tempo de o apanhar quando ia em queda perto do 5.º andar.
Um vidro partido. Não gostava de partir coisas na sua função. Normalmente, o patrão (sim, porque havia um patrão) não gostava destas coisas. Coisas que dessem origem a processos judiciais e essas coisas não eram com ele. Sabia que o patrão já tinha conhecimento do facto (quanto mais não fosse através da transmissão televisiva). Rezava agora para não lhe meter em cima um processo disciplinar por mau cumprimento da função e substitui-lo por aquele boneco da Seven-Up, o Fido ou como lá ele se chamava. E que dores eram aquelas no seu traseiro?
Cabisbaixo, prosseguiu a sua viagem, completando-a.
De regresso à Lapónia, acomodou as renas e tirou as calças e as “boxers”. O seu traseiro estava cheio de vidros. Da janela partida. Tinham entrado no espaço existente entre a pele e as suas calças, espetando-se no seu traseiro e causando feridas.
“Um annus horribilis, sem dúvida”, pensou. Olhou para as câmaras de filmar do trenó, viradas na sua direcção. Será que ainda estariam a filmar?...”

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

O Campeonato dos Debates Presidenciais -10.ª Jornada

Cavaco venceu porque Soares desistiu.
Estou como Cavaco: vi três entrevistadores.
Foi pena. Soares não debateu as suas ideias. Debateu as ideias de Cavaco e o passado de Cavaco. Foi bonito para quem não gosta de Cavaco. Foi péssimo para aqueles que queriam saber o que os poderia levar a gostar de Soares.

Classificação Geral no fim da 10.ª Jornada
Cavaco, 4j – 10p; Soares, 4j- 9p; Louçã, 4j – 3p; Alegre, 4j – 2p; Jerónimo, 4j – 2p.

Comentário final:
Para quem não pretende ser um político e tinha quatro gajos a morderem-lhe as canelas, Cavaco não se saiu mal.
Soares apenas desiludiu no jogo final.
Louçã esteve ao seu nível, apenas perdendo com Soares.
Esperava-se mais de Alegre e Jerónimo. Aliás, até se pode dizer que a má prestação de Alegre nos debates foi claro motivo da sua ultrapassagem por Soares nas sondagens.

E pronto. Vou-me de férias. Ficam os desejos de um Bom Natal para os habituais colaboradores e frequentadores da Aldeia. Nafarros aguarda-me. Espero que o Pai Natal ponha-me mais alguma piada no sapatinho (a propósito, não acham deveras estúpida a campanha de Natal da Vodafone?).
Deixo a Soraia aqui ao lado a velar pelo blogue na minha ausência, já que o chefe parece andar em parte incerta e o Zé ainda está em Ceuta. Espera-se a ressuscitação do Alves em breve (fala-se na Páscoa, mas duvido muito. Acho que isso só acontece com os sujeitos que forem crucificados).

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Portugal no seu melhor - Descobrimentos (Parte III)

Acta Terceira
Corre o Ano do Senhor de Mil Quatrocentos e Vinte Um e aqui estamos novamente reunidos em Concílio, neste Mosteiro ermo que não podemos nem devemos identificar (prezamos muito todos os componentes de nosso corpo físico), os seis monges da vida airada do costume.
Se bem Vos lembrais, Vós que tendes paciência para ler estas linhas, em nosso anterior Concílio enviámos um jovem fidalgo para alto-mar, na esperança que ele por lá ficasse.
Pois bem, desde já escrevo que Gonçalves Zarco tem a protecção divina, pois nos dois últimos anos encontrou para Portugal, mercê de uma navegação precisa (é o que se pensa na Corte, pelo menos), duas ilhas perdidas em pleno Atlântico, a que ousou chamar Ilha de Porto Santo e Ilha da Madeira.
El-Rei não cabe em si de contente, e já o recompensou regiamente, tendo igualmente tido atenções régias quer para com o abade deste Mosteiro onde nos encontramos quer para connosco, permitindo-nos manter nossas cabeças coladas aos nossos pescoços (como é magnânima Sua Majestade... Que o Bom Deus nos Céus lhe permita uma longa e próspera vida).
O que El-Rei desconhece, e que não ousamos revelar-lhe (por motivos que não se prendem com receio de actos de vingança, mas tão-só porque não nos apetece), é o modo como ambas as Ilhas foram descobertas e que constam do diário de bordo do jovem João, cujos excertos mais relevantes entendemos que devem ficar registados nesta Acta, com o voto contra do Irmão Low-San (mas esse também está sempre contra tudo e contra todos, em bloco).
Aqui vai:
"Queridos mamã e papá,
Hoje decidi que iria relatar os factos mais importantes da minha vida marítima num diário e que o iria dedicar a Vós, que mais tarde, quando soubessem e pudessem ler (no teu caso, mamã, quando alguém Vos ensinar e no teu caso, papá, quando a ressurreição for uma realidade terrena) certamente que muito o apreciariam.
Hoje já levo uma semana de mar. É tudo muito azul... o céu, a água (que, por sinal, não se deve beber, segundo me foi dito hoje pelo meu contramestre... tomara eu que ele me tivesse fornecido tal informação antes, uma vez que estava constantemente a achar que a água tinha um sabor estranho e, ainda por cima, me deixava com mais sede).
Foi-me dado o comando de uma caravela e isto é muito giro. Um bocado enjoativo (os vómitos e o mau cheiro incomodam-me um bocado), mas divertido. Adoro colocar-me ao leme... o resto da tripulação não gosta muito, vá-se lá saber porquê e tenho de os mandar açoitar para que fiquem sossegados durante as minhas manobras navais e impedi-los de se atirarem borda fora, o que também acontece com frequência sempre que tento disparar o canhão (a propósito, outro dia afundei uma nau que viajava a nosso lado e agora tenho mais gente para assistir às minhas incríveis perícias náuticas... outro dia perguntei a meu imediato o que achava ele da minha destreza no leme e ele virou-me as costas, pelo que acho que o homem deve ter um qualquer defeito auditivo. Parece-me, igualmente, que o ouvi murmurar qualquer coisa do género: antes enfrentar dois furacões e um tsunami de uma vez só, mas deve ter sido apenas impressão minha).
E assim vou passando os dias, aos quais já perdi a conta. Agora vou preparar-me para o jantar, tenho de estar apresentável. A comida é razoável... o cozinheiro não é um primor no asseio e higiene, mas os resultados finais acabam por ser acima das expectativas iniciais.
Até breve.
JGZ”
Por ter interesse, aqui se transcrevem também os relatos feitos no diário de bordo dos dias em que descobriu cada uma das ilhas:
“Querido Diário,
O dia hoje amanheceu soalheiro. Sopra uma pequena brisa de nordeste (não penses que já domino esta linguagem naval, foi o meu contramestre quem me ensinou os termos). Estás lembrado que de início considerava o contramestre um bruto que me olhava de modo esquisito. Pois bem, desde ontem que acho que ele é uma das pessoas mais meigas do mundo. Lamento, também, não poder escrever sentado, mas tal foi fruto da noite passada bem junto do contramestre.
Ele é um homem do Norte, veio do Porto... mas agora que o conheci intimamente, acho-o um verdadeiro Santo. Estraga-me com mimos. Por ter esse feitio tão gentil decidi baptizar uma pequena ilha que hoje nos apareceu no horizonte (finalmente, Terra!) com o nome de Porto Santo. Foi uma singela homenagem, que o deixou profundamente comovido (penso ter visto uma lágrimazita traiçoeira a verter-se de seu olho esquerdo) e teve ainda o mérito de não ter sido reconhecida pelos restantes tripulantes, que até concordaram com o nome. Sei que o meu querido contramestre anda orgulhoso e inchado face à homenagem que lhe prestei, e logo à noitinha, quando todos dormitarem o sono dos justos, irei cobrar os dividendos da minha acção.
Agora vou indo, já que ele me anda a lançar olhares gulosos e eu tenho de manter a postura ante os outros.
JGZ”
“Querido Diário,
Tem sido um ano de loucos, o meu anterior contramestre, Tristão porque nos zangámos, decidiu deixar-me só ao comando da Caravela e abandonou-me a meio da noite, na companhia de um escravo negro vindo das Áfricas.
Vi-me, assim, forçado a nomear um outro, o Bartolomeu, a quem já me tinha igualmente afeiçoado e que, por sinal, também é meigo e gentil, sendo ainda fisicamente dotado. Com efeito, nunca vi órgão semelhante... se na linguagem popular se costuma dizer que um homem tem um grande pau, aquele ali tem, definitivamente, um verdadeiro barrote de madeira. Aliás, foi em homenagem a seu penduricalho que decidi baptizar a nova ilha que avistei hoje... baptizei-a de Ilha da Madeira. Mal posso aguardar pela minha recompensa de logo, em privado, nos meus aposentos.
Vou-me preparar para ela: não sei o que vestir... se bem que as roupas também não aguentem muito em nossos corpos!
Quando recuperar da fiesta voltarei, meu querido diário.
JGZ”
Nada mais havendo a registar, lavrou-se esta Acta que pelos presentes irá ser assinada (assim que o Irmão Suarez acordar... o que leva sempre o seu tempo) e posteriormente lacrada e encerrada em cofre que permanecerá em local secreto pelas razões já de todos sobejamente conhecidas.

O Campeonato dos Debates Presidenciais -8.ª e 9.ª Jornadas

Pressa oblige.
Soares venceu Louçã e Jerónimo e Alegre empataram.

Classificação Geral no fim da 7.ª Jornada
Soares, 3j- 9p; Cavaco, 3j – 7p; Louçã, 4j – 3p; Alegre, 4j – 2p; Jerónimo, 4j – 2p.

Próxima jornada: Grande final esta noite.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

O Campeonato dos Debates Presidenciais -7.ª Jornada

A festa foi bonita, pá!
Gostei. Foi o melhor de todos.
Ritmo, boa disposição, excelente troca de ideias sobre o que distingue as diferentes esquerdas, concretização do discurso, neste último muitas vezes graças a Judite de Sousa.
Nenhum deles mereceu perder. Empate claramente colorido.


Resultado da 6.ª Jornada
Jerónimo 3 – Louçã 3

Classificação Geral no fim da 7.ª Jornada
Cavaco, 3j – 7p; Soares, 2j- 6p; Louçã, 3j – 3p; Alegre, 3j – 1p; Jerónimo, 3j – 1p.

Próxima jornada: Isto de marcarem debates para uma 6.ª feira é dramático. Mas parece que vai haver um.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Ironia, Meu Caro Marquês, Ironia...

Caro Marquês,
Obrigado pela tua preocupação mas não se trata de carência; era Ironia, Carissimo, Ironia, essa figura de estilo que nos permite ser tão deliciosamemte sarcásticos...

O Campeonato dos Debates Presidenciais -6.ª Jornada

Foi o debate mais vivo, pese embora os dois candidatos sejam aqueles que, pela sua idade, aparentam menos estar em tal estado.
Miguel Sousa Tavares meteu um certo respeitinho, mas não chegou.
Soares provou que ainda é capaz de esfolar um alegre ingénuo em debates televisivos.
Alegre provou que ainda não tem pedalada nem estofo para estas coisas. Foi entalado com a noção do “pensamento estratégico” por contraposição à “cooperação estratégica” de Cavaco, tendo tido o seu momento alto no debate quando disse que Soares dormia descansado em qualquer lado, após este ter dito que teria alguma dificuldades em dormir descansado com Cavaco na Presidência.
Mal andaram ambos ao discutirem, na maior parte do tempo, a mensagem de Cavaco em vez de discutirem as suas ideias.
Soares, por mais experiente nestas coisas, venceu.


Resultado da 6.ª Jornada
Soares 1 – Alegre 0

Classificação Geral no fim da 6.ª Jornada
Cavaco, 3j – 7p; Soares, 2j- 6p; Louçã, 2j – 2p; Alegre, 3j – 1p; Jerónimo, 2j – 0p.

Comentário uma vez que se mostra cumprido mais de metade do campeonato:
A coisa, mesmo aqui, vai ser entre Soares e Cavaco, decidindo-se tudo no jogo entre ambos.
Alegre já não vai conseguir melhor que o 3.º lugar.
Louçã, curiosamente, ainda não perdeu. E já jogou com Cavaco.
Quanto a Jerónimo, ver-se-á o que fará nos dois jogos que faltam.

Próxima jornada: É esta noite. Pois.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

O Campeonato dos Debates Presidenciais -5.ª Jornada

Estou farto!
Completa e totalmente farto!
Estes sujeitos fazem qualquer um ter vontade de conduzir um carro contra um edifício de betão!
Não sei como é que há pessoas que têm pachorra para aguentar estes debates e ainda comentá-los.
Por mim, estou quase a dar um tiro nos meus miolos.
Quanto ao jogo Cavaco – Jerónimo, não sei que mais diga.
Cavaco insiste no discurso repetitivo de mensagem de acalmia das massas e Jerónimo, tal como os demais, insiste em ir aos dez anos do Governo de Cavaco.
Se em termos de discurso a coisa foi a mesma de sempre, em termos de argumentação e contra-argumentação Cavaco venceu. Até com um duplo “olhe que não” que motivou a gargalhada geral no espaço do debate.


Resultado da 5.ª Jornada
Cavaco 1 – Jerónimo 0

Classificação Geral no fim da 5.ª Jornada
Cavaco, 3j – 7p; Soares, 1j- 3p; Louçã, 2j – 2p; Alegre, 2j – 1p; Jerónimo, 2j – 0p.

Próxima jornada: Esta sei. Alegre e Soares esta noite. Espero que haja pancada e faltas grossas com cartões vermelhos. Não sei qual é o canal, mas seria ouro sobre azul que fosse Miguel Sousa Tavares o moderador.

2000 VISITAS

Toma lá destas!!! Atingimos hoje as 2000 visitas ao blog. Ou isto está muito bom ou anda por ai muito boa gente sem mais nada que fazer…!!!

É Natal, é Natal…e eu já estoouuu meessssmmmmooo fartoooo!!!

Todos os anos é a mesma coisa: os filhos da…respectiva mãe, como que se metamorfoseiam e querem apagar a imagem de um ano de sacanice com uns arremedos natalícios de última hora. Vão-se lixar!!!
Não é por visitarem a avozinha durante meia hora que se limpam de a terem deixado na mais hedionda solidão e abandono durante um ano; não é por desejarem boas festas ao vizinho do lado que se livram de ter andado a injuriar os outros condutores durante um ano por causa de bagatelas de trânsito; não é por darem um eurozito a uma obra de caridade que ficam ilibados de serem uns egoístas terminais que ao longo do ano pouco se importaram com a fome e a doença dos pobres. E muito mais se podia dizer… todos sabemos isso… não sabemos??!!
A hipocrisia da época dá-me cada vez mais volta ao estômago (talvez o enjoo só seja superado pela interminável passagem das estafadas musicas natalícias em tudo quanto é lojeca) e faz-me perder cada vez mais o respeito pelo próximo.
Sinceramente vos digo: para o Natal ser o nojo em que se tornou, festa orgíaca de consumismo insano e cinismo reinante, mais valia acabar de vez.
E já agora, um Feliz Natal para todos os desconhecidos que visitam este blog… sois tão importantes para mim!!!

Portugal no seu melhor - Descobrimentos (Parte II)

Acta Segunda
Corre o Ano do Senhor de mil quatrocentos e dezanove e, neste Mosteiro cujo nome não me atrevo sequer escrever (El-Rei recentemente fez questão de me recordar do quão importante é, para um monge, possuir os seus dois membros superiores intactos) encontram-se novamente reunidos os seis monges já "habitués" nestas reuniões secretas.
Conseguido que foi o intento de, a coberto de uma expedição militar, colocar a salvo das mãos da Rainha a amante de Sua Majestade, o nosso amado soberano incumbiu-nos de zelar igualmente pela protecção de um jovem fidalgo que desonrou uma donzela muy bem vista na Corte.
Aqui reunidos, o irmão Plátones sugeriu que a melhor forma de o fazer seria colocar o jovem fidalgo em alto-mar, esperando que as coisas acalmassem. Não sem antes, é claro, o referido jovem fidalgo desfilar, em trajos de noite e ao som do novo conjunto de trovadores que tanta euforia está a causar nos Reinos da Europa, os Gente da Aldeia, perante este concílio, por forma a que se possa aquilatar de seus atributos (nesta parte, terei de acrescentar que todos os irmãos ficaram impressionadíssimos com o porte altivo do jovem Gonçalves Zarco).
Deliberou-se, então, que ao jovem fosse atribuído o comando de uma Caravela e que o mesmo tivesse carta branca para arribar a Ceuta, para nada servindo o facto do mesmo protestar dizendo que nunca navegara na vida.
Nada mais havendo a tratar, deliberou-se dar por encerrado o concílio, dele se elaborando a presente acta que irá ser trancada em cofre e este escondido em lugar secreto, sempre com a lembrança nas recomendações efectuadas por Sua Majestade (ou, em alternativa, nas penas que nos serão impostas caso estas reuniões venham a ser do conhecimento público).

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

O Campeonato dos Debates Presidenciais -4.ª Jornada

O jogo de ontem entre Alegre e Louçã foi…foi….bem…foi.
Alegre esteve melhor vestido e com melhor ar do que no debate com Cavaco. Tentou fugir às questões que lhe eram colocadas dando a sua opinião sobre outras completamente diversas.
Louçã limitou-se a criticar as opiniões de Alegre e a dizer que tinha votado contra tudo o que Alegre tinha votado a favor na Assembleia da República.
Muito pouco sumo depois de tudo espremido. Mas um empate mais vivo do que o verificado no debate Cavaco – Louçã.
(A Isabel está aqui ao lado só para animar o "Post". Escrever sobre debates de candidatos é deprimente. E lê-los ainda mais!)

Resultado da 4.ª Jornada
Alegre 1 – Louçã 1

Classificação Geral no fim da 4.ª Jornada
Cavaco, 2j – 4p; Soares, 1j- 3p; Louçã, 2j – 2p; Alegre, 2j – 1p; Jerónimo, 1j – 0p.

Próxima jornada: Também é esta noite.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

O Campeonato dos Debates Presidenciais -3.ª Jornada

O jogo de sexta-feira (eu sei, estou bastante atrasado) entre Cavaco e Louçã mereceria ter como vencedor Miguel Sousa Tavares, que deu uma goleada aos dois candidatos metendo-os na ordem quando era necessário.
Mas como Miguel Sousa Tavares não é tido nem achado nestas contas, vamos ao que interessa.
Os dois candidatos estiveram muito iguais na defesa da sua esfera política. Nem sempre impondo confiança ao público nas ideias que defendem.
Louçã esteve bem no discurso (tem de aprender a colocar melhor a sua voz) e vê-se que nasceu para o discurso fácil e mediático. Pecou pelo sarcasmo e ironia utilizados com Cavaco que, pela forma como o fez, depreciou o próprio sarcástico. Ainda há que ter um certo respeito pelos mais velhinhos. Esqueceu-se facilmente de que já decorreu um período de 10 anos sobre o período de 10 anos de governação de Cavaco. Pouca coisa disse sobre o futuro.
Cavaco manteve o discurso do debate inicial com Alegre, mas deixou-se enervar por Louçã de tal maneira que a certo ponto do debate referiu que Saadam Hussein havia invadido dois países: “o Irão e o Iraque” (sic). Além de se ter esquecido do Kuwait, ainda pôs em discussão filosófica saber se o próprio Iraque foi invadido por Saadam. Preferiu falar do futuro, mas não soube explicar o que queria, tirando o facto de continuar a dizer que vai cumprir a Constituição.
Apesar dos diferentes pensamentos políticos, e talvez por causa disso, nenhum deles conseguiu superar o outro. Empate.


Resultado da 3.ª Jornada
Cavaco 0 – Louçã 0

Classificação Geral no fim da 3.ª Jornada
Cavaco, 2j – 4p; Soares, 1j- 3p; Louçã, 1j – 1p; Alegre e Jerónimo, 1j – 0p.

Próxima jornada: sei que é esta noite. Não me peçam mais.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Portugal no seu melhor - Descobrimentos

Época dos Descobrimentos.
Portugal é Nação grandiosa.
A epopeia marítima dava seus primeiros passos.
Contudo, ainda hoje se ignora que esse enorme triunfo, que tanta glória e riqueza nos trouxe (para onde terão ido ambas?), se ficou a dever à mestria com que, num Convento perdido, um concílio de monges se dedicou a traçar as linhas mestras da expansão ultramarina.
É óbvio que não poderíamos deixar de relatar os factos tal como eles foram omitidos pelos historiadores.
Para atingir tal desiderato, qual José Hermano Saraiva, este vosso servo consumiu avidamente Actas atrás de Actas das reuniões do referido concílio, que encontrou esquecidas em cima de uma mesa na Taverna da aldeia, e apresta-se, aqui e hoje, a fazer história na História!
Iniciamos os relatos pelo princípio:
Acta Primeira
Corre o ano do Senhor de mil quatrocentos e... bosta de vaca, escreve-se quatorze ou catorze? Irmãos... Irmãos... ajudai-me em nome do Senhor. Como é que escrevo o ano? Posso escrever mil quatrocentos e quinze que ninguém dá por nada? Okay, então vai assim mesmo e que Deus nos proteja a todos.
Reunidos neste Mosteiro, cuja identidade terá de permanecer secreta por exigência real (D. João I fez questão de nos vir relembrar que nos cortaria os testículos rentes caso o mencionássemos... isso, Irmãos, arrepiai-vos tal como eu me arrepiei), encontramo-nos seis monges, o Irmão Platónes, o Irmão Suarez, o Irmão Jerónimus, o Irmão Low-Sen, o Irmão Alegrette e eu próprio, que escrevo, o Irmão Aníbal.
A questão que nos é colocada hoje prende-se com a necessidade de arranjar um espaço para colocar a actual amante D'El-Rei, pois Portugal é pequeno demais para ela e para a Rainha (que a Graça de Deus a proteja e torne fértil).
D. João I fez-nos jurar que tal assunto seria tratado dentro do maior sigilo sob pena de, antes de nos cortar rentes as ditas bolinhas, nos fazer torturar colocando os nossos instrumentos de micção num caldeirão com azeite a ferver, não sem antes os envolver numa polme de ovo, farinha e leite de maneira a torná-los mais crocantes, por forma a que as ratazanas que os iriam roer apreciassem devidamente o pitéu que regiamente lhes estava a ser oferecido, pelo que tenho de relembrar aos Irmãos a importância de não se fazer qualquer comentário sobre o assunto, nem mesmo quando necessitarmos de nos confessar.
Bem sabemos o quanto este nosso amado Soberano sabe ser persuasivo!
Que o diga o Irmão Celso, que ainda hoje utiliza as orelhas para virar as páginas da Santa Bíblia e tudo porque ousou receber com um abraço a amante D'El-Rei, quando esta chegou ao nosso Convento.
Continuando, nós, grandes pensadores religiosos e classificados como a nata da sociedade pensadora deste Portugal do Século Quinze (porra, ainda bem que não era Quatorze... ou será Catorze?), deliberámos por unanimidade que a melhor maneira de resolver a situação será recorrendo à avançadíssima técnica de resolução de problemas importada de Veneza (consta que é muito utilizada pelos Bórgia) que consiste em colocarmos, naquele pote ao centro desta sala, três papéis com três destinos possíveis e, depois, mediante o que sair, avançarmos para uma disfarçada acção militar que levará, a coberto, a amante de El-Rei.
O Irmão Suarez teve a honra de retirar o papel vencedor e está decidido: avançamos para Ceuta e seja o que Deus quiser!
Vamos informar El-Rei sobre esta decisão, tendo sido deliberado entre todos que irá ser enviado um eunuco, não vá El-Rei estar com os azeites (não concordam com o uso desta expressão, Irmãos?)... pronto, reformulando, não vá El-Rei estar de maus fígados!
Nada mais havendo a deliberar, deu-se por encerrado este Concílio.
Assinaturas ilegíveis.
Referendado por Sua Santidade o Bispo Sampaius.

Chefe, "vamo" lá baixar a bolinha

Normalmente, não falo de futebol neste blogue, mas hoje vou abrir uma excepção, em virtude de alguns comentários mais vigorosos por parte do Chefe.
O SLB venceu o MU.
Foi merecido? Foi. Inquestionável.
Era esperável? Não, não era. Veja-se até a crónica de ontem da Leonor Pinhão no jornal "A Bola", entregue antes do jogo. E olhem que a Leonor consegue ser uma benfiquista mais ferrenha que alguns gajos dos "No Name".
O que sucedeu?
Fácil.
Primeiro, o Benfica teve um daqueles dias de sorte como já não tinha há muito. O cruzamento do Nelson no 1.º golo passa miraculosamente, a cerca de um metro, por entre as pernas do defesa do MU; no segundo golo, o Beto disparou para o sítio do costume (mais de cinco metros de distância de um dos postes da baliza), mas a bola embateu num dos bonecos, no caso o Scholes, e entrou.
Aliada à sorte, veio a péssima exibição dos ingleses. Foram a prova viva de que se pode ter um ataque excepcional, mas se não existir um jogador no meio a distribuir jogo, não servem de nada as estrelas lá à frente.
A euforia justifica-se.
Mas o pessimismo era justificável. E continuará a ser.
A sorte não dura sempre, meu caro Chefe.

O Campeonato dos Debates Presidenciais -2.ª Jornada

O jogo de ontem entre Soares e Jerónimo foi um pouco mais vivo que o da primeira jornada, pese embora os contendores estejam mais próximos da morte ideológica que os outros dois interventores.
Jerónimo surpreendeu pelo seu vestuário “light”.
Soares esteve excelente na capacidade de discurso, pese embora o pessoal especializado percebesse que ele não sabia do que estava a falar relativamente a determinadas matérias. Continuou a passar a mensagem de ser o “explicador oficial” do Governo. Não conseguiu, também, esconder algumas tossidelas mais persistentes típicas dos seus oitenta e um anos.
Jerónimo conseguiu resistir até ao momento em que Judite de Sousa foi aos mais recônditos problemas do paradoxismo comunista actual (NATO, China, etc.), não aguentou, e começou a despejar a cassete como nunca se tinha visto o mesmo a fazer desde que foi eleito líder do Partido.
Por isso, e em meu entendimento, Soares venceu.


Resultado da 2.ª Jornada
Soares 1 – Jerónimo 0

Classificação Geral no fim da 2.ª Jornada
Cavaco e Soares, 1j- 3p; Louça, 0j – 0p; Alegre e Jerónimo, 1j – 0p.

Próxima jornada: algum debate há-de aparecer um destes dias.

Cristiano at his best

Balneários do Manchester United, Nova Luz, após a derrota com o SLB.
Queirós fala com Ronaldo.
CQ - Então, rapaz... que cena foi aquela com os dedos?
CR - Mister... então... não se viu logo? Eu estava a combinar um encontro com duas amigas minhas que conheci na noite, quando ainda era futebolista do Sporting. E já me estava a prevenir...
CQ - A prevenir????
CR - Sim, mister... deste modo, caso alguma se venha queixar depois que foi violada tenho a televisão como prova de que, ainda antes do sexo, eu já lhes estava a formular o convite. Assim tipo, proposta seguida de aceitação, para se atingir a perfeição... físico-corporal!
CQ - Ahhhhhhh!!!! Mas olha lá, acho que os adeptos do Benfica pensaram que o gesto era para eles...
CR - Calminha aí, mister!!!! Eu cá não sou desses! Ainda se fossem as adeptas do Benfica... as jeitosas, claro!
CQ - E a cuspidela?
CR - Então Mister? Isso nem parece seu? Fazia também parte do convite subreptíciosamente efectuado via meio de comunicação social com grande assistência.
CQ - Não estou a perceber, Cristiano!
CR - Ai, Mister, Mister... então nunca ouviu dizer que cuspindo escorregava melhor?
Hic Hic Hurra

Et Pluribus United

Estava eu muito sossegadinho a beber umas coisitas de
Borba quando... parecia que Portugal tinha acabado de
sair da crise em que anda metido. Grande festa, malta
aos saltos na Taverna, agitação no exterior, hurras e
vivas a dar com um pau, gritos e berros, enfim...
parecia que andavam os Diabos (Vermelhos) à solta na
Terra!
Curioso, coloquei-me em campo para apurar o motivo de
tanta alegria! Então não é que o Benfica eliminou o
Manchester em plena Nova Luz!!!
Para além da alegria natural, por ser um clube
nacional (por sinal o único que ainda dignifica este
cantinho à beira-mar plantado na europa futebolística
na presente época), a verdade é que uma vez mais
verifico que nós, os lusos, só somos bons no "tudo ou
nada"! É verdade, se, por acaso, o SLB não tivesse
imperiosamente de vencer os "Red Devils" será que o
conseguiria? E não se teria evitado esta verdadeira
final se noutros encontros anteriores se tivesse
conseguido amealhar mais uns pontinhos? Ficam as
perguntas.
As respostas, essas, tentarei encontrar depois (uma
coisa de cada vez, uma vez que, neste estado actual,
tenho de ter alguns cuidados mentais).
Por agora, vou beber até cair, para comemorar mais
esta vitória (Parabéns Benfica!), na expectativa que
muitas outras se repitam! De referir que ainda na
semana passada brindei pelas vitórias do Belenenses,
do Setúbal, do Leiria, do Benfica, e, imagine-se, até
pelo empate de Porto e Sporting! Aliás, nesse capítulo
mantenho uma coerência impressionante pois, desde que
começou o presente campeonato da Liga que tenho vindo
a descobrir a cada jornada que passa que sou adepto de
todos os clubes participantes desde que nasci, pois as
suas vitórias são por mim regadas à maneira, assim a
modos que a título de adepto fanático! E também tenho
bebido para esquecer as tristezas das derrotas,
reforçando a dose sempre que existe uma "chicotada
psicológica", em homenagem aos treinadores, esses
grandes incompreendidos. E, refira-se, para mim
qualquer uma das equipas pode ficar com o título a
final, pois eu irei celebrar esse feito, certamente,
como se impõe: com uma tosga monumental, à base de
"penalties" e de long "shots" que me proporcionarão,
estou já a prever (assim à Gabriel Alves) um alto
índice de produtividade nos golos! Assim não me faltem
as garrafas do "doping"!
Hic Hic Hurra

quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

SLB GLORIOSO SLB

Contrariando as tristes previsões de alguns renegados desta aldeia o Benfica demonstrou mais uma vez que é o maior clube português e um dos maiores (talvez mesmo o maior...enfim, vai alternando com o Barcelona...mas agora está à frente) do Mundo!
Dois secos que até estalaram dentro da baliza do Manchester. Grande alegria nacional: ainda há um clube em Portugal com capacidade e vontade de continuar a perfumar a Europa com o superior futebol português.
Agora falem à vontade, tristes gralhas, porque aos campeões nacionais não atinge o que vem de baixo.
VIVA O BENFICA!!!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Depois da rainha, a princesa



Hoje, só para provar que não sou completamente obcecado pela Isabel Figueira, vou-me na ida para o gozo do meu merecido feriado com a imagem da nossa princesa consorte, Soraia Chaves (a Isabel será sempre a nossa rainha, pelo menos até ao dia do seu eventual casamento com aquele gajo do qual nem consigo pronunciar o nome).

Bom feriado.

E já agora, esperemos que o Benfica não apanhe mais de três bolas no jogo desta noite.

Os criativos continuam...

Quem foi o **** que disse a Jerónimo de Sousa para mostrar os dentes quando sorrisse?!
Está mesmo com ar de quem apanhou uma pancada na cabeça antes da fotografia, caneco.
Temo pela criatividade do próximo cartaz.
Só nos falta mesmo que alguém se lembre de colocar a carantonha do Cavaco em larga escala, tipo Carmona na campanha para Lisboa...

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Átila, Átila, por onde andas?

Depois de três anos de caça ao socialista, entramos na fase da caça ao social-democrata.
Hoje foi Lisboa. Dizem que devido à Feira Popular e ao Parque Mayer.
Sinceramente, ainda pensei que se o pessoal votasse todo no Bloco de Esquerda para as autarquias, todos os podres partidários viriam ao de cima, independentemente de quem estivesse no Governo.
Enganei-me. Até em Salvaterra de Magos houve problemas.
E assim continuamos.
Alegres e serenos nas irregularidades autárquicas, até a Câmara em apreço mudar de mãos ou aparecer um vereador mais honesto e disposto a arregaçar as mangas (em Lisboa rumoriza-se que foi Sá Fernandes quem provocou esta última incursão da PJ na capital).
Na nossa Aldeia não há corrupção porque não temos dinheiro. Penso que o gajo mais rico da Aldeia até será o chefe, que tem um telemóvel que custa mais de 50 euros.
Em Portugal, ao que dizem, também não há dinheiro.
Penso eu que por ter sido todo gasto em reservas de passagens de ano no Brasil e em Cabo Verde.
Sim, meus caros, as reservas estão praticamente todas esgotadas para estes paises. Agora só com overbooking, essa coisa fenomenal dos tempos do turismo moderno (memorandum do autor-um destes dias ainda tenho de escrever algo sobre overbooking nos tempos das invasões romanas).
Estamos em crise, dizem.
Os portugueses têm 118% de endividamento mensal por referência ao seu salário.
Parece-me que os portugueses estão-se pouco borrifando para o seu futuro e para o futuro dos dos outros.
Portugal é um país de corruptos? Ou simplesmente de hedonistas?
Toda a gente o diz, ninguém nada faz.
E quando aparecem escutas telefónicas o confirmando, o problema está sempre no modo como foram colhidas, nunca no seu conteúdo.
Ninguém se preocupa com o conteúdo.
Ninguém quer saber.
Estranhamente, a nossa sociedade parece-se cada vez mais com a sociedade de Roma nos seus tempos finais de glória.
Por onde andarão os hunos do nosso tempo?

Rapó tacho

Dear friends,
From this day on I will start to write my posts in English!
And I will send copy to all Portuguese Ministers, members of the Government, so that they all can see that I understand this language.
Someone just told me, at the pub, in between a glass of wine or two, that is "conditio sine qua non" (see, I can also write some words in latin!!!!) for you boys to get a job in London, at the Portuguese Embassy!
I most confess that I don´t believe it (it's impossible!!!!), but, as you say wisely in Portugal, where there's smoke there's also fire, so I want to try and get drunk in style out of this country!
I'm available at any time and hour.
Yours, sincerely and drunked to the medula spinal,
Hic Hic Hurra

O Campeonato dos Debates Presidenciais

Quando ouvi falar que os debates entre os candidatos presidenciais tinham, cada um, duas partes de 45 minutos, o meu primeiro pensamento foi o de que nove dos mesmos iriam ser transmitidos pela Sport TV e um, pelo menos, de menor importância, pela TVI.
Pelos vistos, os dez jogos, digo, debates, vão ser todos transmitidos em canal aberto.
Nessa medida, a Aldeia vai fazer um esforço por acompanhar o campeonato dos debates presidenciais, com publicação dos resultados e classificação.
Começamos hoje com a análise do jogo de ontem entre Cavaco Silva e Manuel Alegre.
Cavaco esteve chato na passagem da sua mensagem.
Alegre esteve chato na repetição de lugares comuns típicos de quem quer perceber de tudo mas de nada percebe.
Cavaco disse mais palavras difíceis e esteve melhor vestido (aquele fato de Alegre nem lembrava ao cangalheiro).
Por todo o exposto, mostra-se-nos óbvio que Cavaco venceu este jogo.

Resultado da 1.ª Jornada
Cavaco 1 – Alegre 0

Classificação Geral no fim da 1.ª Jornada:
Cavaco 1j - 3p;
Soares, Jerónimo e Louçã 0j - 0p;
Alegre 1j - 0p.
Próxima jornada: logo vejo o jogo que me aparece esta noite à frente.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

O devido respeito pelo Chefe

Devido a pressões várias, que vão desde ameaças de estrangulamento à destruição da minha pequena carruagem a golpes de marreta, peço humildemente ao chefe as minhas mais sinceras desculpas pelo post antecedente e reproduzo, na íntegra, a estátua do seu antepassado em Viseu, só comparável com o seu actual descendente na forma como... como... (olha chefe, eu mesmo te empresto a marreta, está bem?).

A última vez que vi o Chefe


P.S. para os que não conhecem pessoalmente o chefe: é o 5.º do lado esquerdo da imagem a contar de baixo.

Post(a) de atum

Como já devem ter reparado os habituais frequentadores da Aldeia, os habitantes encontram-se a atravessar fases extremamente dificeis de criatividade, por razões diversas.
O Alves está numa fase morbido-depressiva, como resulta do seu último post.
O Viriato encontra-se em fase de discussão interna sobre a homossexualidade, como resulta do seu último post.
O Zé está na fase do "ir", só regressando, como sempre, daqui a 15 dias, quando acabar a 2.ª fase da víndima dos terrenos da família.
E aqui o vosso ilustre está numa fase branca, só comparável à neve que cai na Serra da Estrela, e em que só pensa em ursos polares e na Isabel Figueira (não necessariamente em conjunto e no mesmo local para a prática dos mesmos actos).
Estas fases até acontecem aos melhores, quanto mais a nós, que somos os piores.
Sede pacientes e aguardai.
Pode ser que o regresso de Jedi, perdão, da prolixidade dos habitantes, esteja para breve.
(Só o Pai Natal sabe quando).
Até lá, comprem a Maxmen e a GQ deste mês que a Soraia e a Isabel merecem toda a nossa atenção (quanto às mulheres, lamento mas não posso aconselhar nada por desconhecimento de causa. Talvez o jornal "A Bola", que tem sempre imensas fotografias de gajos?).

Post(a) Restante

Rezo
Rito raro
Reflexo romeiro
Rapidamente regurgito
Respiro roucamente e reajo
Recordo-me das reais revelações
Relíquias roubadas e relativizadas
Rebanhos de reles renitentes e ridículos
Reparo na rasteira e no rastilho da razão
Rinoceronte roubado com ramelas e ranho

(sim, meu caro Alves, o sentido é-te dirigido)

Riso regressa relativizado e ressarcido pela réstia
Retenho recordações de Roma e do Reno
Rembrandts roubados revelam-se-me
Remo no rio contra a ramagem
Retorno rebelde e roncador
Regresso à realidade
Roufenho à razão
Rezo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

Post Mortem


Eis-me aqui
Tendo-me postado
Com postura perene
Pois que para percorrer
Pela página paradigmática
Palavras para a posteridade
Paleio sem pejo ou presunção
Porque palro sem pacata parcimónia
Para assim preencher paralelos previstos
Postando num post que sem assim proscrever
Posso periclitantemente profanar na prosa pessoal
[lance para descanso, pois a seguir é a decrescer)
Parto, assim, para periferias das palavras
Palmilhando perímetros tão profundos
Para permitir-me procurar participar
Em problemáticas parecenças
Perdoem-me a prolixidade
Palmilhando para partir
Parvoeiras no provir
Para preencher
Este papel


O Alves bem tenta regressar, mas o coma estupidificante em que se encontra não lhe permite mais do que isto. O busto da Isabelinha foi curto (embora farto) alento pois os chouriços que se seguiram, qual murcha e pendente inspiração, derrubaram-no.
O Alves volta, assim, para os negros territórios da boçal vegetativa.

Cumprimentos triglicerideos,

Alves

Então e a variante principal??

Segundo alguns cientistas italianos, a paixão tem prazo de validade.

A sensação resulta da presença de uma molécula – a NGF – e tem prazo de validade: dura menos de um ano.Os investigadores italianos encontraram níveis mais altos da molécula no sangue de 58 pessoas que se tinham apaixonado recentemente, do que entre os que mantinham um relacionamento duradouro. Mas um ano depois, nova medição entre os mesmo 58 voluntários revelou níveis da ‘molécula do amor’ semelhantes aos do segundo grupo.
Ninguém me foi capaz de elucidar se a coisa já contou com a variante "casamento" durante o tal ano.