Inspector Serôdio - O início da carreira

Assim a modos como que a fomentar a saudável troca de galhardetes (qual Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo), tendo em atenção que o nosso Inspector Serôdio já muito bem descreveu um dia da minha vida repartido por posts anteriores, venho agora mostrar ao mundo como tem evoluído essa figura ímpar da investigação nacional, cujo contributo para este blog tem sido inestimável, com nítido prejuízo para a sua própria vida de investigador.
Começamos, então, por mostrá-lo após o nascimento, em data que não posso revelar mas que, seguramente, ocorreu no século passado, numa altura em que ainda não dava os primeiros passos nas investigações mas já denotava apetência para a sua vida futura, como a foto bem documenta.
Com efeito, tinha o petiz seis dias de vida e, maroto, já trocava os seios de sua mãe pelos da empregada lá de casa quando chegava a hora de mamar, tudo porque eram bem mais voluptuosos e carnudos, com a desculpa de que, sendo a empregada africana, o leite sabia a chocolate!
Mais tarde, com a idade de três meses, saíu do berço em busca da chucha perdida e descobriu que a mesma havia sido levada, por engano, na mala do carteiro, ficando por apurar o que fazia aquela mala no quarto da criança.
Com sete meses e alguns dias descobriu e desmascarou uma rede organizada de falsificadores de produtos lácteos, ao detectar, de forma totalmente inesperada, que o leite utilizado para fazer a sua papa era de boi e não de vaca. Como resultado da sua profunda investigação, foram presos o leiteiro, o proprietário da exploração agrícola de onde provinha o leite e o próprio boi que, malandro e porque se tratava de uma fabulosa e inovadora ordenha por meios mecânicos, afastava as vacas do local e ali se ía deliciando enquanto enchia os pacotes.

Com um ano e quatro meses disse a primeira palavra: Lupa, que os pais associaram, erradamente, à papa que ele comia na altura, que era da Milupa. Por isso, apressou-se a desenganá-los e, num ápice, gatinhou até um livro de banda desenhada para pequenos detectives abrindo-o na página onde se via, em primeiro plano, desenhada uma lupa. Após verificar que os pais haviam compreendido a mensagem e o olhavam com um ar assustado e respeitador, proferiu as segunda, terceira, quarta, quinta e sexta palavras, de rajada: "Elementar, meus caros papá e mamã."
Com dois anos e sete meses, por fim, ao notar o desaparecimento de uma lupa de chocolate que havia sido presente de seu bisavô paterno, encetou uma investigação que utilizou métodos inovadores, mais tarde publicados em livro, vindo a descobrir que a mesma tinha sido devorada pelo gato doméstico que tinha minúsculas partículas de chocolate em seus bigodes.
Resultado: dois pontapés bem aplicados na criatura, a título de correctivo, e uma cauda metida na ficha eléctrica o que originou uma série interminável de miados e de arranhões na sua cara. Daí a sua aversão a estes bichos, que ainda perdura, e que o levou a aliar-se a uma cadela, como mais tarde iremos contar, pois todos sabem que um bom detective necessita, inevitavelmente, de um(a) parceiro(a) à altura do seu intelecto.
(a continuar)
Hic Hic Hurra!