quinta-feira, 18 de maio de 2006

O preço da livre concorrência

Os turistas que têm passado pela Aldeia desde os seus primórdios decerto que se lembram da apresentação do Jacinto, o meu fiel capataz do Solar de Nafarros, e do qual contei, a seu tempo, algumas historietas.
Hoje cabe-me apresentar-vos o Jeremias, o meu motorista, Ao contrário do Jacinto, não posso dizer “fiel”, porque, como diz o velho e nobre provérbio, “onde existe um motorista e uma marquesa, existe fogo”. Todavia, os setenta e dois anos do Jeremias ainda me trazem alguma tranquilidade ao espírito, tendo em conta que a senhora marquesa continua a preferir rapazinhos abaixo dos cinquenta, do tipo Russel Crowe ou Paolo Maldini, e que, de preferência, estejam territorialmente longe do alcance da minha caçadeira.
Isto vem a propósito do velho Jeremias me ter entrado hoje pelo salão adentro com uma dúvida existencial.
“-Senhor Marquês, saiba V. Ex.ª que não sei o que faça. Tenho de meter combustível na limusina. A Galp da aldeia está com o gasóleo a 1,088. A Repsol à saída da aldeia está com o gasóleo a 1,089. Onde é que vou meter combustível?
-Qual é o posto que está mais perto?
- Saiba Sua Senhoria que é o da Repsol. Mas é o que tem o combustível mais caro. Se meter 40 litros, gasto mais 4 cêntimos na despesa total do que se metesse na Galp.
- Então e porque não vai meter na Galp?
- Porque os 4 cêntimos que ganharia gasto-os em percorrer mais um quilómetro e meio de distância do que se fosse ao da Repsol. Que faço, Sua Senhoria?
- Qual é a localidade espanhola mais próxima daqui? - perguntei-lhe
.”

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