sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Xutos & Pontapés

Ao passar os olhos por um pasquim da aldeia durante o dia de hoje dei de caras com uma notícia espantosa.
Há um vereador da Câmara Municipal que quer implementar salas de chutos por todo o país.
Bom, pensei eu, os clubes desportivos devem estar nas suas sete quintas, tal como o seleccionador nacional, pois assim poderão as estrelas lusas dar asas à sua criatividade em salas apropriadas e, quiçá, proceder à conquista do próximo Mundial de Futebol, a decorrer em terras de germanos. Se, por acaso, esse povo ficasse já aqui ao lado, poderia fazer uma chalaça escrita e chamar-lhes nuestros germanos, mas assim tal revela-se missão impossível.
Mas, não nos desviemos do assunto principal.
Lendo a notícia, acabo por me aperceber de que, afinal, é uma proposta direccionada a todos aqueles que, sendo toxicodependentes, acabam por andar por aí nos cantos escuros a injectar-se de substâncias alucígenas ou a cheirar frascos de pó de talco, que colocam em carreirinhas, que nem doidos!
Não me parece mal que assim seja. Ainda que, a bem dizer, eu não consiga perceber o que é que aquelas pessoas encontram nessas substâncias que lhes dá tanto prazer.
Se descobrissem o caminho marítimo para o vinho, de certeza que não iriam querer outra coisa em suas vidas.
O que me leva rapidamente à proposta seguinte: se os toxicodependentes conseguirem as suas salas de chuto, desde já ficam a saber que não me calarei até implementarem por esta Lusitânia fora as chamadas Adegas de Emborcanço Desvairado, que são assim uma espécie de salas de chutos mas com alguns requintes. Desde logo, teremos em vez de cadeiras uns sofás-cama onde os utentes poderão descansar a seu bel-prazer uma vez amenizada a sua sôfrega necessidade de ingestão de sumo de uva. Para conseguir tais intentos, cada Adega de Emborcanço Desvairado deverá possuir de vários anexos com pipas de apoio, tendo um responsável pela gestão de stocks com a única função de evitar o seu esgotamento. Para ajudar os utentes, existirão também meninas de vestuário reduzido e com capacidade moral para suportar piadolas e investidas segundo o método Braille, cuja função primordial será a total satisfação do utente (o belo do livro de reclamações constará afixado em local visível e existirá um funcionário cuja única função será auxiliar os utentes que queiram reclamar, quer ajudando-os a escrever, quer ajudando-os a articular as palavras, quer ainda descodificando as frases que forem proferidas sem nexo), sob pena de despedimento com justa causa e sem lugar a qualquer indemnização.
Terão de ser locais de fácil acesso, dotados de casas de banho multi-usos e até, sugestão minha, de sófas-cama equipados com equipamentos portáteis de satisfação das necessidades básicas (vulgo arrastadeiras), para todos os utentes que não possam ou queiram deslocar-se aos lavabos disponíveis.
Existirá pessoal médico qualificado, de maneira a prestar os primeiros socorros a todos os que necessitarem e garrafas não reutilizáveis, de maneira a evitar contaminações ou a transmissão de doenças.
Haverá um rigoroso controlo de qualidade dos líquidos fornecidos, exigindo-se a todos os fornecedores a manutenção de altos índices de fornecimentos e rastreios semestrais às suas vinhas, de maneira a evitar a propagação de doenças nas uvas.
Assim sim, já seria habitável esta aldeia lusa!
Adegas de Emborcanço Desvairado: aí jaz o futuro de uma nação!
Fica a sugestão.
Hic Hic Hurra

2 comentários:

ENGº. Viriato disse...

Caro Zé_Porvinho,
Só uma sugestão: vinho canalizado e ligado ao fantástico depósito de
Borba!
Mais, ou queres gajas nuas ou queres vinho em barda...se tiveres as duas coisas ao mesmo tempo não aproveitas nenhuma: bêbedo elas nem te tocam; acompanhado nem o vinho escorrega tão bem pois ela não vai parar de falar. Felizmente o dia tem muitas horas...Um abraço

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Atão e a qualidade do produto???
Só DOC's e VQPRD's, sff, e sempre da nossa Aldeia!!
Quanto ao mais, apoiado, hic!.

(encarregar-me-ei pessoalmente de criar uma taska-force para impedir que se infiltrem zurrapas a martelo vindas dos *@#/£+"»§ dos romanhóis).

Bebe, Argúcia, emborca tudo!