segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Martim Moniz - A True Story, num depoimento pessoal do Agente Silva

"A coisa começou com aquele vídeo dos bifes lá no Iraque. O nosso Comissário chegou esta manhã à Esquadra e disse-nos que nós não eramos menos que os bifes e que tinhamos de arranjar alguns iraquianos para bater. Após curta discussão entre o local onde nos haviamos de deslocar para o efeito, e que oscilou entre a Mesquita de Lisboa e as embaixadas árabes, decidimo-nos pelo Martim Moniz, apesar dos protestos de alguns dos agentes que reafirmaram que os residentes eram maioritariamente paquistaneses e não iraquianos. Alguns de nós perguntaram logo a esses chico-espertos como é que carga de água sabiam a nacionalidade dos sujeitos se ainda não os tinham identificado: o mais lógico seria, sem dúvida, o pressuposto de que todos os residentes no Martim Moniz seriam iraquianos até prova em contrário.
E assim lá fomos. Levámos os cães e as metralhadoras existentes e divertimo-nos bastante. Açoitámos uns quantos, fizemos os cães morderem alguns e, ao que parece, houve até algumas pessoas que filmaram o que fizemos, e a quem já pedimos as gravações para nos divertirmos esta noite numa petiscada no snack ao lado da Esquadra. Existiram algumas detenções para que o pessoal que estava ao atendimento na Esquadra também se pudesse divertir um bocado com os iraquianos lá nos calabouços. A gente nunca deixa nenhum dos nossos de fora quando se trata de farra.
O mais esquisito daquilo tudo foi um gajo, com cara de palhaço, que andava para cima e para baixo, para cima e para baixo, e olhava para nós com cara de parvos. Ainda perguntei ao meu chefe se podia dar uns sopapos ao sujeito, ao que o meu chefe respondeu que não, que devia ser um gajo infiltrado dos "skins" que também queria fazer o gosto à mão, mas que deveria ter o vício de "voyeur". Mais tarde vim a saber que o gajo tinha um blogue e se chamava Viriato. Podia perfeitamente ter entrado na farra e batido nuns quantos que a gente nem se importava. Com um nome daqueles, até seria o mais normal!"

2 comentários:

ENGº. Viriato disse...

Eu só não tenho a certeza é de que, se fosses tu, meu caro Marquês, não fosses logo mandado revistar e metido algemado no porta-bagagens de um carro patrulha, à brasileira, para depois seres mimado com choques electricos nos cojones durante toda uma noite numa qualquer esquadra não referenciada. "Este é de certeza apoiante do Bin Laden", diria então o Chefe Silva, e "mata lá criancinhas agora, terrorista árabe", exclamaria o guarda Abel!

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Atão e a minha Argúcia???
Não a levaram proquê?
Pobrezinha, está tão triste... o que ela adora um bom naco de nádega imigrante!

E já agora, também não disseram nada ao guarda Abel?
É que o rapaz tem andado deprimido com a falta de gente em quem arriar.