segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Mas as tarifas não eram as mais baixas do mercado?

Segundo notícia publicada na revista Sábado, a Câmara Municipal de Lisboa terá uma dívida de 8 milhões de euros para com a Portugal Telecom. Sim, milhões. Eu também pensei que eram 8 mil. Não são.
O que nos faz pensar que a Câmara Municipal de Lisboa é, na realidade, a instituição verdadeiramente representativa do funcionalismo público português, em que o pessoal, em vez de trabalhar, passa o tempo ao telefone e na internet.
Oito milhões de euros é muito tempo ao telefone, mesmo se estivermos a falar de telefonemas para a Austrália todos os dias. Ou de se encontrar ligado em rede a sites pornográficos durante todo o horário de expediente.
Sempre poderá escudar-se a Câmara Municipal de Lisboa e os seus ilustres funcionários na publicidade feita pela PT relativamente às tarifas mais baixas do mercado. E que as chamadas e os acessos em rede efectuados para as linhas de valor acrescentado eram muito importantes para a prossecução de fins de interesse público.
Todavia, quem paga estes desvarios dos boys e das girls continua a ser o cidadão lisboeta e o seu Imposto Municipal sobre Imóveis, que aumenta desvairadamente todos os anos, bem como os demais contribuintes portugueses, com as atribuições orçamentais anuais às Câmaras.
Continuo a achar que, face ao estado do funcionalismo público português, o sistema de comunicações através de mensageiro medieval seria o mais rentável para a diminuição do défice da despesa pública.

1 comentário:

ENGº. Viriato disse...

Concordo, meu sapientíssimo Marquês, e permito-me acrescentar: para as comunicações entre os Ministérios sedeados no Terreiro do Paço colocava-se um arauto em cada varanda e fazia-se a comunicação aos berros, alto e bom som. Poupava-se no telefone, desenvolvia-se a transparência nas práticas governamentais e fomentava-se o turismo chamando gente de todo o Mundo para assistir ao espectáculo.