quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ainda pode haver Paris-Dakar

Lisboa, cidade palco de espectáculos tão alfacinhas como sejam o Rock in Rio e o Paris-Dakar (que outras capitais mundiais decidirão transferir para aqui os seus eventos mais marcantes, com exclusão de Nápoles, que não é capital e cuja Mafia preferiu transferir-se para a noite tripeira?), face à indignação geral que assolou organizadores, participantes e público em geral quando se oficializou o seu cancelamento, deixou de estar em estado de choque desde que Mário Lino teve uma ideia genial e apresentou uma proposta, altamente secreta e apenas difundida pela Al Jazeera TV, única estação que pagou uma quantia absurda para trasmitir em directo as suas palavras, no sentido de que a prova passasse a realizar-se a sul do Tejo onde, como todos sabem, proliferam as regiões áridas e escaldantes, verdadeiros desertos com pouca densidade populacional e que reúne, no entender do actual Ministro das Obras Públicas, as condições apropriadas para receber este circuito de grande impacto mundial.
Assim, a prova arrancaria de Lisboa e a primeira etapa seria até ao oásis do Montijo. A segunda etapa seria realizada entre o Montijo e Sesimbra, logo seguido de um contra-relógio entre Sesimbra e a Charneca da Caparica. Depois, a quarta etapa decorreria entre a Charneca da Caparica e Coina e, após esta, o dia seguinte seria ocupado entre esta popular localidade nacional e Almada. Daqui, a mais dura etapa decorreria entre Almada e Grândola, com uma pequena paragem em Palmela para reabastecimento e descanso das comitivas. Grândola-Évora, Évora-Silves, Silves-Faro, Faro-Vila Real de Santo António, Vila Real de Santo António-Portimão e Portimão-Sagres seriam as restantes etapas, estando prevista uma chegada em apoteose à central de cervejas (perdão, foi o entusiasmo do momento), à Fortaleza de Sagres onde o vencedor seria aclamado em ombros e atirado pela falésia por um pequeno grupo de terroristas marafados disfarçados de fervorosos adeptos da modalidade que, aproveitando o burburinho e a confusão gerada, se dispersariam pela multidão e escapariam numa traineira em direcção a Marrocos, mesmo nas barbas das autoridades.
É claro que esta parte final já sou eu a inventar. Bom, se calhar não é só a parte final...
Hic Hic Hurra

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