sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Habemus Pactum



A Presidência Portuguesa da UE festeja mais uma vitória, ao conseguir marcar a assinatura do novo Tratado para Lisboa em 13 de Dezembro de 2007.
Com efeito, mercê de uma estratégia exemplar, por muitos desconhecida, foram ultrapassadas as resistências finais que os italianos e os polacos colocavam e a o acordo foi conseguido.
A aldeia, que nestas coisas acaba sempre por ter ouvidos em tudo quando é sítio, desvenda aqui um pouco do plano traçado atempadamente, que demonstra o quanto é exímio o nosso ainda PM nos jogos dos bastidores políticos.
Com efeito, logo à chegada das duas delegações (a italiana e a polaca), os seus membros masculinos foram conduzidos a várias suítes de luxo de unidades hoteleiras nacionais, onde ficaram agradavelmente surpreendidos com a hospitalidade lusitana.
E isto porque, para além de todas as normais mordomias, o Secretariado da Organização, seguindo recomendações superiores, havia contratado um serviço de acompanhantes pessoais para cada elemento, que trataram de os colocar logo bem dispostos antes da reunião.
E a coisa foi de tal maneira que ambas as comitivas ficaram deslumbradas com a fruta e com o café com leite que lhes foi ofertado, pelo que lhes foi prometido uma repetição da dose, com tudo a que tinham direito, e, caso não levantassem obstáculos à aprovação do Tratado, teriam direito ao grande final, ao prazer supremo, que lhes foi apresentado como sendo "uma à Socrates"!
E, durante a votação, contrariamente ao esperado, os italianos aceitaram à primeira a proposta portuguesa de lhes conferir mais um deputado e os polacos apenas perguntavam quando é que aquilo acabava para, com um brilhozinho nos olhos, regressarem aos quartos.
Finda a votação, e conseguido o grande objectivo, é que chegou a surpresa.
O beberete que se seguiu, de festejo, já nem contou com a presença das comitivas da Itália e da Polónia que, invocando cansaço, de pronto regressaram, a todo o gás, aos respectivos quartos.
Lá chegados, podem imaginar a surpresa que não foi quando depararam, cada um deles, com três matulões de tez escura que os amarraram e amordaçaram e com eles partilharam o quarto até nascer o sol, retirando-se depois de limparem o conteúdo do frigorífico e do mini-bar, bem como das suas carteiras.
No outro dia, incrédulos e humilhados, sem possibilidades de contar o ocorrido, apenas trocavam olhares desolados e faziam circular entre si o cartãozinho que lhes fora deixado no quarto com a simples frase: "Portugal welcomes you. Hope everything was enjoyable. And remember, I won't take a no for an answer! Next time, I expect you all agree with the portuguese proposals at the beginning. Best Regards. JS"
E lá regressaram, com o rabinho e algo mais entre as pernas, às origens...
Hic Hic Hurra

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