Flexisegurança
Geralmente, não gosto de fazer associações.
Mas desta vez era inevitável.
Aproveitando o ritmo do post antecedente, lembrei-me da primeira vez que ouvi a palavra "flexisegurança".
Foi na rádio, quando começaram a falar que o Governo tinha inventando um novo conceito, provindo da Dinamarca (isto de inventar coisas provindas de outros sujeitos parece-me típico dos políticos lusitanos).
O meu primeiro pensamento dissolveu-se na questão de saber porque motivo o Governo se tinha metido no mercado dos preservativos ou se tinha decidido a nacionalizar os mesmos (deve ainda ser dos poucos mercados em crescimento, tanto mais que o próprio produto em si tende a crescer em extensão quando utilizado).
Mas, depois, esclareceram que se tratava de um conceito laboral que o Governo queria transportar para Portugal no futuro: quem fosse despedido contaria com maior e melhor protecção do Estado, sobretudo no sentido de arranjar uma colocação imediata.
Pergunta quiçá estúpida da minha parte: mas não é suposto o Governo já proteger aqueles que são despedidos e zelar pela sua integração laboral imediata através dos centros de emprego e de formação profissional?
Estão a tentar dizer que estes ditos Centros não fazem actualmente nada em prol dos desempregados e apenas servem para integrar mais uns quantos funcionários públicos que devem ser considerados excedentários e uns quantos boys que precisam de cargos de chefia antes de serem erigidos a directores de institutos com maior grau de (ir)responsabilidade?
Acho que o Governo se safaria melhor se pusesse o Manuel Pinho (que já está habituado a corrigir asneiras) a referir aos "portugueses e portuguesas" que a divulgada "flexisegurança" tem sobretudo a ver com a prevenção no âmbito das relações sexuais tendo em conta o referendo sobre o aborto que aí vem.
2 comentários:
Totalmente de acordo. Aliás, se querem conceber um novo sistema de raiz, pelo menos arranjem um nome português,algo do tipo "Molaflex", "Sagres" ou "Portugália". Depois até podemos exportar nós o modelo para a África, América do Sul e Planetas limitrofes da via láctea. E depois vamos todos juntos ao Circo, com o Sócrates, o coelhinho e o Pai Natal.
Senhor Marquês,
Cento e dez por cento de acordo.
Mas não acha V. Mercê que o nome «flexisegurança» soa abichanado e pedófilo?: inculca um sentimento de flacidez pegajosa associado a um paternalismo fingido estilo "anda cá meu pequenino desprotegido que já ficas em segurança nso meus braços e com este chupa-chupa na boquinha".
Serão resquícios de um antigo ministro da SS?...
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