quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Flexisegurança

Geralmente, não gosto de fazer associações.
Mas desta vez era inevitável.
Aproveitando o ritmo do post antecedente, lembrei-me da primeira vez que ouvi a palavra "flexisegurança".
Foi na rádio, quando começaram a falar que o Governo tinha inventando um novo conceito, provindo da Dinamarca (isto de inventar coisas provindas de outros sujeitos parece-me típico dos políticos lusitanos).
O meu primeiro pensamento dissolveu-se na questão de saber porque motivo o Governo se tinha metido no mercado dos preservativos ou se tinha decidido a nacionalizar os mesmos (deve ainda ser dos poucos mercados em crescimento, tanto mais que o próprio produto em si tende a crescer em extensão quando utilizado).
Mas, depois, esclareceram que se tratava de um conceito laboral que o Governo queria transportar para Portugal no futuro: quem fosse despedido contaria com maior e melhor protecção do Estado, sobretudo no sentido de arranjar uma colocação imediata.
Pergunta quiçá estúpida da minha parte: mas não é suposto o Governo já proteger aqueles que são despedidos e zelar pela sua integração laboral imediata através dos centros de emprego e de formação profissional?
Estão a tentar dizer que estes ditos Centros não fazem actualmente nada em prol dos desempregados e apenas servem para integrar mais uns quantos funcionários públicos que devem ser considerados excedentários e uns quantos boys que precisam de cargos de chefia antes de serem erigidos a directores de institutos com maior grau de (ir)responsabilidade?
Acho que o Governo se safaria melhor se pusesse o Manuel Pinho (que já está habituado a corrigir asneiras) a referir aos "portugueses e portuguesas" que a divulgada "flexisegurança" tem sobretudo a ver com a prevenção no âmbito das relações sexuais tendo em conta o referendo sobre o aborto que aí vem.

2 comentários:

ENGº. Viriato disse...

Totalmente de acordo. Aliás, se querem conceber um novo sistema de raiz, pelo menos arranjem um nome português,algo do tipo "Molaflex", "Sagres" ou "Portugália". Depois até podemos exportar nós o modelo para a África, América do Sul e Planetas limitrofes da via láctea. E depois vamos todos juntos ao Circo, com o Sócrates, o coelhinho e o Pai Natal.

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Senhor Marquês,
Cento e dez por cento de acordo.
Mas não acha V. Mercê que o nome «flexisegurança» soa abichanado e pedófilo?: inculca um sentimento de flacidez pegajosa associado a um paternalismo fingido estilo "anda cá meu pequenino desprotegido que já ficas em segurança nso meus braços e com este chupa-chupa na boquinha".

Serão resquícios de um antigo ministro da SS?...