segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Apologia da Fuga ao Fisco – I (A Origem dos Impostos)

Os impostos estiveram lá toda a vida e foram sempre crescendo, integrando assim o imaginário colectivo mais profundo da nossa sociedade e levando a que ninguém os questione seriamente. Porque será?
Os primeiros impostos de incidência geral surgiram com a triste justificação de que era necessário obrigar os ricos a dividirem a sua riqueza com a comunidade, de forma a ajudar os mais necessitados e promover a solidariedade geral. Colocado perante estes motivos o povo anónimo desde logo a eles aderiu, convicto de que apenas os ricos pagariam esses impostos e que os pobres e a classe média seriam aos mesmos poupados. Falso!
Os governantes desde sempre se aproveitaram desta animosidade que existe contra os ricos (e por ricos quer-se significar as pessoas realmente ricas, as que possuem mansões, iates e fábricas, não incluindo a classe média-alta que vive desafogadamente), fazendo passar propostas de impostos cada vez mais elevados e generalizados sempre com a mesma justificação: é para obrigar os ricos a pagar! Em Portugal, após o 25 de Abril de 1974, todos nos lembramos da famosa frase que pintava as nossas paredes: “Os ricos que paguem a crise!”. Nada mais absurdo. Os realmente ricos já estavam todos no estrangeiro e os governantes envenenavam as massas com esse discurso somente para as taxarem calmamente com todo o arsenal de impostos que ainda hoje nos inferniza a vida.
Assim, os impostos que incidem sobre toda a sociedade têm origem numa fraude com que os governantes criminosamente enganam o povo e o levam a votar em forças políticas que propõem resolver todos os problemas da nação sempre com a desculpa esfarrapada que só os ricos pagam e que é por uma questão de solidariedade social. Depois de lançados os impostos os mesmos vão progressivamente alargando a sua base de incidência e o peso que têm sobre os orçamentos familiares sem que ninguém possa fazer nada contra isso (um bom exemplo foi o do Governo liderado pelo Durão Barroso, o qual chegou ao poder mentindo que não ia aumentar a carga fiscal e depois de lá estar aumentou o IVA de 17% para 19% sem que ninguém pudesse fazer absolutamente nada; o povo votou depois no José Socrates, o qual prometeu não aumentar a carga fiscal, tendo imediatamente depois da eleição aumentado o IVA de 19% para 21%; estas vigarices ficam impunes devido aos mecanismos que os políticos criaram para se protegerem ao longo de anos a enganar e a mentir aos eleitores, embora nós saibamos que o IVA pela sua natureza tanto é pago pelo magnata que compra um Bentley de 400.000 Euros como por um mendigo que compra um pacote de leite de 36 Cêntimos).
E aí temos a origem dos impostos que incomodam toda uma nação: uma mentira da classe política à generalidade do povo, convencendo-o de que só votando nessas propostas de criação e aumento de impostos poderão obrigar os ricos a contribuir para a sociedade, generalizando depois esses impostos a toda a população.
O mais irónico – e triste – é que depois os realmente ricos poucos ou nenhuns impostos pagam. Um rico tem os seus bens ao abrigo de uma Sociedade Anónima. Se quer um carro topo de gama é a SA que o compra, podendo depois utilizar os mecanismos de engenharia contabilistica para recuperar o IVA e podendo deduzir a totalidade do veículo dos impostos que teria de pagar pelos lucros que a SA possa apresentar. O mesmo se aplica ao apartamento de luxo do rico (é património da empresa), ao cartão de crédito que o rico utiliza para pagar o jantar de anos do filho (são despesas de representação) e à viagem de lazer que a família fez aos Estados Unidos (foi de negócios). Espremidinho, espremidinho o rico não tem nada em seu nome: é tudo da SA. E se a coisa for mesmo bem feita a SA é propriedade de uma empresa estrangeira que tem sede num qualquer paraíso fiscal e cujo verdadeiro dono tem a identidade protegida ao abrigo das leis desse paraíso fiscal. Adivinhem quem ele é...
E o pobre? Bem, os impostos estão lá e têm de ser pagos sob o pretexto de que a sociedade tem de funcionar e ser solidária...o pobre não pode fugir e paga que se lixa!

2 comentários:

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Decididamente o nosso Chefe não quer desvios à linha neo-conservadoro-liberal do blog.

E logo num tema que pedia caralhadas às dúzias...

E que tal anarquizar a coisa - ainda mais se possível?

Bom, vou mas é a banhos, que os mergulhos ainda não pagam impoto (mas já podem valer umas coimasitas...).

A bem da Nação!

Bottled (em português, Botelho) disse...

Companheiros,

Apenas um aviso: cuidado com o próximo candidato que promete que não vai aumentar os impostos! Cuidado com ele! Leiam o que vos digo! Quem avisa vosso amigo Zé!

Hic Hic Hurra