Desmistificar o passado
Crescemos a ouvir dizer que o povo português se caracteriza pelos brandos costumes e pelo respeito pelos direitos humanos. Sem desejar entrar (já) directamente na discussão desse assunto, gostava somente de recordar os DOIS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO que existiram em Portugal durante a 1ª Guerra Mundial: Peniche e Ilha Terceira, campos militares para onde foram conduzidos os civis alemães que há data viviam em Portugal e aqui faziam a sua vida, na esmagadora maioria plenamente integrados na nossa sociedade, ali aguardando em condições precárias o fim das hostilidades.
Foi o nosso povo, gente que fica triste quando vê os mortos no Iraque ou os esfomeados na África, fomos nós que conduzimos e mantivemos famílias inteiras de civis Luso-Alemães em campos de concentração em território nacional. Deixa-nos sem vontade de atirar pedras ao ar, não é?
Foi o nosso povo, gente que fica triste quando vê os mortos no Iraque ou os esfomeados na África, fomos nós que conduzimos e mantivemos famílias inteiras de civis Luso-Alemães em campos de concentração em território nacional. Deixa-nos sem vontade de atirar pedras ao ar, não é?
(a imagem reproduz o carimbo dos correios do campo de concentração da Ilha terceira)
2 comentários:
Rapaz, esta tua incursão na nossa história é muito bem vinda.
E tens inteira razão na análise.
Contudo, importa lembrar que os «campos de concentração» não se assemelhavam sequer àqueles da 2.ª Guerra (mesmo os que não eram para judeus), que os tedescos também se fartaram de arrear no pessoal luso (incluindo civis inocentes, sim!) nas incursões que fizeram por terras de África (Angola e, sobretudo, Moçambique) e que os tempos eram outros.
Mas é sempre bom recordar.
Chefe,
Cada nação tem o seu período negro e nem sempre fica na História pelos mais nobres motivos.
Agora, não deve e não pode ser esquecido por ninguém tudo o que de mau foi feito no passado, até como forma de se precaver o futuro, daí que lhe tire o chapéu por mais este "post" (logo que me recorde para onde o raio do panamá deu de "frosques", que o sacana do bicho é muito irrequieto e não pára quieto).
Temos de ir vivendo e aprendendo, pois isso faz parte da evolução das Nações enquanto espécies, como diria Darwin (se não disse, deveria ter tido).
Com aquele abraço vínico,
Hic Hic Hurra
Enviar um comentário