quarta-feira, 8 de março de 2006

Proposta ao Governo da República Portuguesa

Nos últimos dias alguns frequentadores deste blog vieram-me com a conversa de que nós só criticamos, que só dizemos mal e deitamos abaixo o Governo de Portugal. Fiquei ofendido! Logo nós que somos gente responsável e isenta (infelizmente, não isentos de pagar impostos)!
Para mostrar o erro em que laboram os que nos fazem estas injustas criticas vou hoje deixar aqui algumas sugestões/conselhos ao Governo da República Portuguesa para acabar com o flagelo do défice nas contas públicas portuguesas. Vai como segue:
1 – Criação de um Imposto Sobre o Consumo do Ar. O ar é um bem limitado e raro (deste, só no planeta terra). Não é justo que o Estado gaste tanto dinheiro a manter o ar respirável e depois os cidadãos usem e abusem do mesmo. Assim, o imposto seria progressivo e teria escalões directamente relacionados com a idade e peso dos utilizadores. Propomos um valor mensal de 5 euros/mês para o escalão mais baixo, subindo até 25 euros/mês para os grandes gastadores;
2 – Lançamento do Imposto de circulação de Peão. O peão desgasta a pedra dos passeios e o alcatrão que pisa. Não faz sentido ser o Estado a continuar a pagar o desgaste do piso e, mais, é injusto para quem não utiliza o chão (por exemplo, os acamados crónicos, os doentes em coma, os bebés e os idosos que já não andam);
3 – Aumento do IVA para 31%. A verdade é que após uma primeira reacção negativa os cidadãos já se habituaram a ter o IVA a 21% e ninguém sofreu por aí além. Isto só prova que o aumento do IVA só afecta as pessoas psicologicamente, pelo que a fixação da taxa em 31% não vai chocar nem afectar em excesso a população e vai ter efeitos evidentes no controle do défice público;
4 – Institucionalização do Imposto Sobre o Uso dos Lavabos. Não há português que não use os lavabos diariamente. Esta situação gera um aumento tremendo na carga suportada nas canalizações e esgotos, contribuindo para um desgaste acelerado dos mesmos. Com este imposto, a incidir sobre a totalidade dos cidadãos, pretende-se uma maior justiça fiscal e a efectiva aplicação do princípio do utilizador/pagador.
Aqui fica a prova de que os membros deste blog se preocupam com o bem-estar dos portugueses, são responsáveis e sabem o significado da expressão “solidariedade institucional”. Agora é consigo, Senhor Primeiro-Ministro!

4 comentários:

Marquês disse...

Meu caro, lamento acusar-te de plágio, mas o 4.º imposto já existe, tem natureza municipal e tem a denominação pomposa de taxa de tratamento de resíduos e esgotos.
Com os melhores comprimentos.

ENGº. Viriato disse...

Caro Marquês,
Penso que estás equivocado. O imposto que eu aqui proponho é pessoal, nominal. Não depende do cidadão ser ou não ser proprietário de um qualquer imóvel e toca a todos os que queiram "mudar a água às azeitonas" onde quer que estejam. Em última análise, até para te aliviares no WC do café da esquina terás de ter este imposto em dia (eu proponho um autocolante na lapela do casaco). Isto, claro, sem afastar a taxa que referes, a qual continuará a ser devida nos termos actuais. Respeitosos cumprimentos

Bottled (em português, Botelho) disse...

Chefe e Nobre Marquês, Reverendíssimos colegas,

Não estará antes em causa, neste imposto que discutis, o princípio tributário do utilizador/cagador?

Hic Hic Hurra

ENGº. Viriato disse...

Caro Zé_Porvinho,
Julgo que quanto muito estaria em causa o princípio do cagador/pagador...mas essa é uma questão de terminologia que certamente não passará no apertado crivo do iluminado legislador. Cumprimentos vinícolas