quinta-feira, 16 de março de 2006

Má Temática - Pornografia (IV - Os filmes)

Para se fazer um filme pornográfico são necessárias, em princípio, duas pessoas: um homem e uma mulher (no caso dos filmes para homossexuais são necessários dois homens ou duas mulheres, mas aqui vou-me regular pelo filme dito normal). Normalmente, o homem até possui uma câmara de vídeo e é assim que surgem os “home video” pornográficos.
Existem todavia algumas especialidades nos “home video” pornográficos, nomeadamente quando surge um terceiro indivíduo com a câmara, enquanto o casal se diverte, ou, aparecendo uma mulher, o homem passa para trás da câmara enquanto as miúdas se divertem (invariavelmente, as mulheres nunca estão atrás da câmara).
Quando aparece mais do que isto, normalmente abandonamos o plano do “home video” e passamos para o chamado filme.
Um filme tem vários participantes, normalmente em número nunca inferior a seis, sendo raras as ocasiões em que há uma mera interacção entre um casal; regularmente, aparece sempre um terceiro elemento a interagir enquanto um casal vai se divertindo, sendo aqui, creio, que residirá sempre o principal problema do argumentista: o que fazer com o terceiro elemento?
Cada cena de diversão entre os participantes dura cerca de 20 minutos a meia-hora, suficientes para pôr qualquer argumentista à beira de um ataque de loucura quando todos os participantes intervêm na mesma cena.
Seja pela frente, por trás ou de lado, por dentro ou por fora, invariavelmente todas as cenas terminam com o habitual cumshot (já dele falámos no início da semana), em que o homem parece sempre ter uma fábrica de esperma dentro dele, proporcional ao tamanho do pénis, tal a quantidade despejada (Será que o tamanho do pénis também funciona como condicionador do esperma acumulado? Tenho de ver o que a revista Maria publicou acerca disto).
E assim, depois de três cenas destas, o filme invariavelmente acaba.
E há pessoal que consegue ver isto repetida e constantemente!
Eu quase que partilho da mesma opinião de uma entrevistada pública, ao que penso Catarina Furtado enquanto apresentadora do “Top +” (lembram-se?) que, há alguns anos atrás, quando inquirida sobre o que pensava dos filmes pornográficos e se a excitavam, disse qualquer coisa do género de que nos primeiros cinco minutos apetecia-lhe saltar para cima do que estivesse em redor e de que na restante parte do tempo apetecia-lhe fazer outras coisas porque ficava enjoada e farta da repetitividade daquilo; eu ainda consigo aguentar mais dois ou três minutinhos além dos primeiros cinco.

1 comentário:

Bottled (em português, Botelho) disse...

Caríssimo Marquês,

Devo dizer-lhe que, após as minhas noitadas de Taberna, muitas das vezes acabo a interrogar-me que, caso tivesse uma máquinazita de filmar à mão - ou ao pé(nis) - tendo em conta o número de intervenientes no acto (portanto, a minha pessoa e mais umas quantas malucas, normalmente muito mais que os dedos dos pés e das mãos juntos, tudo somadinho) e o tempo de duração do mesmo, se não estaria eu próprio a participar num filme do género. Fica a questão.

Quanto ao resto, como o DVD está avariado, porque lhe entornei um tinto foleiro em cima, não tenho conseguido visualizar filmes desse género (ou de qualquer outro género), sendo certo que também prefiro a acção à mera visão... eh, eh, eh...

Ainda assim, meu caro, não acredite em tudo o que vê nos mesmos, porque a indústria cinematográfica desenvolveu-se muito nos últimos ânus, ups, perdão, anos (o tema entusiasmou-me), e, portanto, já existem muitos efeitos especiais (já para não falar nos efeitos criados por um ou outro cirurgião mais conceituado, que consegue operar milagres com as partes flácidas dos outros, tornando-as em algo digno de ser visto ou filmado).

Quanto ao resto, nomeadamente as quantidades industriais de esperma que se filmam, não é nada que umas natitas da Longa Vida, batidas à la minute e enviadas para cima das garinas na hora H, não resolvam, para isso contribuindo o pessoal dos efeitos especiais e determinados ângulos em que a cena é filmada, para que não se tope o tipo com o "tupperware".

Mas continue com o tema, que eu tenho gostado bastante de o ler!

Com um abraço,

Hic Hic Hurra