Ainda sobre as presidenciais - o meu sentido de voto

Ontem à noite, na Taberna da aldeia, conheci uma psicóloga, entre um copo e outro, e aproveitei a deixa para a sondar de maneira a que, atento o meu perfil, me pudesse talvez elucidar sobre o meu sentido de voto nestas presidenciais.
Após uma horita de consulta gratuita (já que o pagamento foi em espécie e levou o resto da noite), ela lá me deu o parecer:
1.º Podia votar em Cavaco Silva, dadas as minhas tendências económico-financeiras, uma vez que poupo todos os euritos para poder sobreviver à noite na Taberna e faço grandes jogos de cintura com as contas para pagar o menos possível no meu inevitável consumo de vinhaça;
2.º Podia também votar em Mário Soares, uma vez que adormeço com grande facilidade (efeito da vinhaça, pois então) e, por vezes, também troco o sentido das frases;
3.º Podia votar Manuel Alegre, o que faria justiça ao apelido do candidato, uma vez que ando quase sempre alegre no dia-a-dia (ou, melhor dizendo, na noite-a-noite);
4.º Podia votar Jerónimo de Sousa, uma vez que após uns copitos passo a tratar toda a gente no bar por "camarada" e dou grandes e fraternos abraços a todos;
5.º Podia votar Francisco Louçã, pois após os tais copitos desato a falar desenfreadamente e ninguém percebe patavina do que digo, mas todos dizem que faço bonitos discursos. Ah... e também não costumo usar gravata!
Feito o ponto da situação, ainda fiquei com mais dúvidas do que tinha e agora não sei mesmo em quem vá votar.
Por outro lado, como estavam na Taberna, em encontro de convívio, vários representantes de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, descobri uma coisa interessante.
Com efeito, ao perguntar-lhes em quem iriam votar, todos eles responderam em coro:
"Não há candidato do nosso país, por isso temos de votar em branco!".
Está explicado o elevado número de votos em branco em todas as eleições.
Hic Hic Hurra