terça-feira, 1 de novembro de 2005

A seca e as inundações

A Lusitânia é, como toda a gente sabe, um território onde a carência de água sempre se fez sentir a espaços de tempo mais ou menos regulares. Desde sempre isso foi encarado pelos habitantes como algo natural, aceitável e contornável com uma miriade de técnicas que ao longo de milénios foram engenhosamente encontradas e aprimoradas para ultrapassar o problema.
Do mesmo modo, quando um determinado ano era de abundância de chuva tal não era tratado com menos naturalidade, até porque o incómodo dos rios trasbordantes no inverno era invariavelmente e largamente compensado com excelentes terrenos de cultivo para o ano seguinte.
Posto isto urge perguntar: como se explica que desde a entrada de Portugal para a CEE, actual União Europeia, quer chova quer faça sol o discurso dos lusitanos seja sempre o da tragédia e da catástrofe?
A resposta é simples e triste: os lusitanos habituaram-se a chorar à porta dos vizinhos para assim receberem a esmola do subsidiozinho, assumiram-se vestidos de pobres andrajos, perderam a vergonha de parecerem fracos, aciganaram-se, abastardaram-se, degeneraram...
É uma tristeza e é uma vergonha!!!
Não eram assim os lusitanos de outros tempos, não era assim o Viriato nobilíssimo que derrotou as legiões romanas, não era assim o Afonso intrépido que criou um Reino a partir do pó, não era assim o Gama empreendedor que deu novos mundos ao mundo...e não era assim o povo que os erguia!!!
Enquanto definhamos agarrados à tristeza e convencidos da nossa pobre sina outros há que agarram a vida pelos cornos, como nós antigamente fazíamos, prosperando e sendo cada vez competidores mais ferozes que ameaçam o bem estar de toda a Lusitânia. A China de todas as manufacturas, a Índia das inovações, o Japão da tecnologia, todos eles e muitos outros não terão compaixão do nosso povo, do sofrimento dos nossos filhos, da mão estendida dos nossos velhos.
Se ainda há um gene da antiga nobreza lusitana esta é a hora do mesmo emergir, dos que o possuem se unirem e agirem.
DESPERTA LUSITÂNIA!

1 comentário:

Marquês disse...

Tu andas a meter-te nos copos com o Zé, não andas?