quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Post comemorativo do 1.º mês da Aldeia, by Marquês

Já está. A Aldeia comemora hoje o seu primeiro mês de vida.
E, ao contrário do que eu esperava, os habitantes da Aldeia ainda não se mataram uns aos outros. Apenas se dão umas pancadinhas recíprocas de quando em quando.
Ainda me recordo de como era no início: uma coisita para o pessoal se entreter a escrever e a exercer o seu direito constitucional à baboseira, em que era suposto o Viriato chamar nomes aos políticos quando lhe apetecesse, o Alves divulgar e queixar-se dos buracos negros que conhecia, e à minha aristocrática pessoa dissertar sobre eventuais fantasias eróticas com a Isabel Figueira.
Começámos todos por tentar encontrar um estilo próprio, que, aos poucos, tem vindo a ser moldado pela constante escrita.
Entretanto, ocorreu uma pequena catástrofe.
Tendo o blogue nítida vocação de entretenimento interno, lembrou-se o chefe da Aldeia, pelo final do primeiro "decédio", de instalar um contador de visitantes. "Os lusitanos sabemos quantos são; vamos ver quantos romanos andam por aqui a espiolhar à volta", terá ele pensado.
E, nos dias imediatos que se seguiram a tal decisão, apanhou um choque: os romanos eram em maior número que os lusitanos.
Perante tal, viram-se mudanças na Aldeia: o estilo do Viriato aburguesou-se, o Alves passou a falar de buracos negros especificamente sociais e eu lá tive de esquecer, por uns tempos, as descrições das fantasias eróticas com a Isabel Figueira.
Isto deve durar pouco, penso eu, até que os lusitanos se esqueçam que estão lá as câmaras de vigilância dos romanos e as coisas comecem a descambar como inicialmente previsto. Se bem que eu ache que a coisa já começou há alguns dias, quando alguém decidiu introduzir uma declaração de amor num comentário a um "post" do Viriato.
Olhamos para trás e o que se pode ver é, afinal de contas, um mês em que os habitantes da Aldeia se divertiram uns com os outros. E em que esperamos que os romanos não se tenham chateado muito com as nossas asneiras, baboseiras e outras alarvidades.
A Aldeia evoluiu no último mês e com ela o país, pois a Aldeia mais não é, afinal, do que a imagem crítica do nosso país.
Veja-se o que se passou neste último mês.
José Maria Martins apresentou a sua candidatura à presidência da República. Manuel Alegre e Garcia Pereira também.
Fátima Felgueiras regressou do Brasil. Mário Soares, entretanto, também.
Manuel Maria Carrilho desapareceu dos noticiários televisivos.
Portugal foi apurado para o Mundial da Alemanha de futebol.
Koeman passou de besta a bestial, Adriaanse de bestial a besta e Peseiro... bom, Peseiro não deixou de ser o que sempre foi.
O Zézé Camarinha divulgou a ideia da criação do Instituto de Salvação do Homem.
Choveu, finalmente.
E houve mais, muito mais.
Tentámos comentar o mais relevante. Obviamente, não o conseguimos. Umas vezes por falta de tempo. Outras vezes por que as células cerebrais entravam em período de pousio, não admitindo dissertações escritas.
Introduzimos, no período temporal em apreço, cerca de 70 "posts", o que nos dá uma média superior à introdução de 2 "posts" diários. Todos sem links, o que demonstra que a capacidade de criatividade dos lusitanos ainda se encontra fresca e que continuamos a não perceber nada de informática.
Tivemos, nos quase 20 dias contados, cerca de 90 visitantes, o que é quase invulgar para um blogue que pretendia viver na clandestinidade.
Penso que são números agradáveis para um primeiro mês, mas que frustram completamente os intentos iniciais do blogue: não só não evoluímos nada em termos de informática, como também não conseguimos manter a Aldeia clandestina aos olhos do mundo.
Todavia, o nosso objectivo principal, o nosso divertimento, foi cumprido.
Se os visitantes romanos se divertiram ou se entediaram, problema deles.
Por nós, esperamos continuar por cá para comemorar o segundo mês. E o terceiro, o quarto, o quinto, e por aí fora. Enquanto nos divertirmos, continuaremos.
O país continua aí, em mudança, e por isso a Aldeia terá sempre tema.
Continuaremos a acompanhar com grande atenção as presidenciais e a "baixa conflitualidade social existente" (José Sócrates dixit nesta última parte há uma semana atrás).
Por outro lado, sempre posso adiantar aos espiões romanos que me encontro em negociações com duas loiras boazudas do SIS as quais, em troca do número de telemóvel do Viriato, me prometeram fornecer, para publicação exclusiva em Portugal, a futura correspondência secreta que irá ser trocada entre os vários intervenientes políticos durante o período da pré-campanha e campanha presidencial. Vamos ver se consigo levar as negociações a bom porto, pese embora eu ache que não vá conseguir convencer as várias mulheres do Viriato a acatarem a divulgação, por mais mulheres, do número do bicho.
Continuemos, pois, a diversão.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro Marquês,

Se há coisa que eu, enquanto descendente directo do antepassado do homem vulgarmente designado por Camarinha, não consigo admitir é que alguém, por mais nobre que pense que o seu objectivo é, deixe de ter fantasias eróticas com a Isabel Figueira (obviamente, sem o César Peixoto, que a malta não gosta de misturas... bom, não será bem assim, que as misturas são positivas caso se substitua o César Peixoto pela Sónia Araújo ou outra que tal)!
Quanto ao resto, os meus parabéns pelo primeiro vês de mida do blog (maldita constipação)!
E agora, vou ali consultar os resultados eleitorais a ver se arranjei um tachito qualquer. Mas prometo voltar!
Continuem assim!!!!