terça-feira, 18 de outubro de 2005

Os campos e os cartazes

Jerónimo de Sousa terá dito no final da semana que passou que Cavaco Silva não era um candidato do campo democrático.
Dou-lhe toda a razão. Um candidato que não dá hipóteses a mais ninguém de ganhar uma eleição só pode ser um candidato não democrático. Sobretudo quando a pessoa em causa não tem qualquer relação com a esquerda comunista.
A propósito de Jerónimo de Sousa, não deixam de ter a sua piada os novos cartazes afixados pelo PCP.
Carantonha enorme de Jerónimo, num fundo vermelho, com menção às "Presidenciais 2006" e um fabuloso "Luta e resiste com o PCP".
Afinal, ao contrário do que eu pensava, e certamente a maioria dos portugueses, é possível um partido apresentar-se como candidato à presidência da República. Não existe outra explicação possível para o slogan partidário adoptado num cartaz dirigido para as presidenciais.
Jerónimo deve-se ter esquecido que a eleição presidencial tem como objectivo a eleição de uma pessoa e não de um partido. O que só se explica por ter passado muito tempo a decidir dentro de um órgão colegial, como é o caso do Politburo, perdão, do Comité Central, perdendo a noção do individual dentro da amálgama do colectivo.
O aproveitamento propagandístico-partidário da campanha presidencial parece ter começado com quem já se esperava. Resta-nos esperar pelo acompanhamento do Bloco (até já estou a antever os cartazes de Francisco Louçã: "Francisco Louçã – Energia alternativa também nas presidenciais") e verificar os (inúteis) tempos de antena partidários que se seguirão para as eleições presidenciais com os dinheiros dos contribuintes.

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