O filme
Hoje deu-me para a nostalgia e permitam-me que partilhe aquele que é provavelmente o filme da minha vida, LAWRENCE OF ARABIA.
As nossas escolhas nestes domínios - os melhores filme, livro, música, viagem, etc. - não só são eminentemente subjectivas como resultam ainda de circustâncias irrepetíveis. Quer isto dizer que, por exemplo, se o livro da minha vida tivesse sido lido uns anos antes ou depois, ou se eu no momento em que o li estivesse de férias e não a trabalhar ou com uma depressão, provavelmente hoje esse não seria o meu livro predilecto.
Aqui chegados, não tenho pretensões de epitetar o filme em causa como o maior de todos os tempos (apesar de recentemente um site ou revista da especialidade o ter catalogado como o melhor na respectiva categoria).
Contudo, sendo eu menimo e muito moço, levou-me minha avó (a quem eu aqui presto homenagem, porque além de tudo o muito mais que foi para mim, levou-me a ver grandes filmes, nos idos de 70 em que havia regulares reposições dos clássicos) ao saudoso Monumental, ali no Saldanha, onde passava o Lawrence da Arábia.
O filme tinha uma duração de cerca de 3 horas e eu não me lembro de mais nada a não ser estar o tempo todo com os olhos fixos naquele monumental ecran (ah, que saudades do cinemaescope!), a devorar avidamente cada frame da película.
E naquela cena magistral em que o grupo de Lawrence se vê apanhado por uma tempestade de areia, meus amigos, posso jurar que também eu comi areia!
O filme teve um tal impacto em mim, que nunca mais o esqueci, revi-o mil vezes, tenho-o em VHS e agora em DVD (versão integral) e o CD da banda sonora.
Enfim, filmes como já não se fazem hoje. É que não havia cá efeitos especiais para enganar nem 15 dias para o filmar! Aquilo são mesmo milhares de figurantes, o deserto é mesmo real (Jordânia e Marrocos) e o realizador - o grande David Lean - levou quase 2 anos em filmagens!
A par da interpretação da vida de Peter O'Toole, temos um elenco de luxo: Anthony Quinn, Alec Guiness (o inseparável de Lean), Jack Hawkins e Omar Sharif.
A coroar tudo isto, a soberba música de Maurice Jarre, que expande ainda mais a vastidão imensa do deserto, ressalta as emoções contrastantes do personagem e contribui para engrandecer a espantosa fotografia.
Para quem não o tenha visto, a não perder. Para quem há o viu, reveja-o, porventura com outros olhos.
Agora, colegas vizinhos e demais canalha, no ecran do Monumental é que já ninguémm o vê!
1 comentário:
Hoje o comentário é a sério para condizer com o post.
Só para dizer:
Sorte a sua por ter uma avó assim.
Abraço
PS) David Lean é um dos meus preferidos
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