terça-feira, 15 de julho de 2008

DESABAFO DE UMA MULHER MODERNA

Aqui publico um mail que recebi. O mais curioso é que o recebi de uma amiga minha e, como me parece evidente, foi escrito por uma mulher, se bem que indígena, daí o linguajar aoenas se assemelhar ao português (mas entendível, julgo).
Sem fazer juízos de valor ou mandar bocas machistas, há aqui muito de verdade em relação ao sentir profundo - porventura inconsciente - do mulherio de hoje.

São 6h00.
O despertador canta de galo
e eu não tenho forças
nem para atirá-lo contra a parede.

Estou tão cansada,
não queria ter que trabalhar hoje.

Queria ficar em casa,
cozinhando,
ouvindo música,
cantarolando, até.

Se tivesse cachorro,
passeando pelas redondezas.

Se tivesse aquário?
Olhando os peixinhos nadarem.

Espaço? Fazendo alongamento.

Leite condensado?
Fazendo brigadeiro...

Tudo menos sair da cama,
engatar uma primeira
e colocar o cérebro pra funcionar.


Gostaria de saber
quem foi a mentecapta,
a matriz das feministas
que teve a infeliz idéia
de reivindicar direitos à mulher
e por quê ela fez isso conosco
que nascemos depois dela.


Beth Friedman - Foi essa a mocréia...


Estava tudo tão bom
no tempo das nossas avós,
elas passavam o dia a bordar,
trocar receitas com as amigas,
ensinando-se mutuamente segredos
de molhos temperos,
de remédios caseiros,
lendo bons livros das bibliotecas,
dos maridos, decorando a casa,
podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas,
educando as crianças,
freqüentando saraus,
a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária.


Aí vem uma “fulaninha” qualquer,
que não gostava de sutiã
nem tão pouco de espartilho,
e contamina as várias outras
rebeldes inconseqüentes
com idéias mirabolantes sobre
"vamos conquistar o nosso espaço".

Que espaço, minha filha???!!!!!
Você já tinha a casa inteira,
o bairro todo,
o mundo aos seus pés.


Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você
para comer, vestir, e se exibir para os amigos, que raio de direitos requerer?

Agora eles estão aí, todos confusos, não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz.

Essa brincadeira de vocês acabou é nos enchendo de deveres, isso sim.
E nos lançando no calabouço
da solteirice aguda.


Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa
do Bernard do vôlei - e olhe lá,
porque naquela época não existia Bernard do vôlei.

Por quê, me digam por quê, um sexo que tinha tudo do bom e do melhor,
que só precisava ser frágil,
foi se meter a competir
com a macharada?

Olha o tamanho do bíceps deles,
e olha o tamanho do nosso.


Tava na cara que isso não ia dar certo!!!

Não agüento mais ser obrigada
ao ritual diário de fazer escova,
maquiar, passar hidratantes,
escolher que roupa vestir,
e que sapatos,
acessórios usar.

Que perfume combina com meu humor, nem de ter que sair correndo.

Ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia reta na frente do computador, resolvendo problemas.


Somos fiscalizadas
e cobradas por nós mesmas
a estar sempre em forma,
sem estrias,
depiladas,
sorridentes,
cheirosas,
unhas feitas,
sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados,
doutorados,
pós-doutorados
e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!)...

Viramos super mulheres,
continuamos a ganhar menos
do que eles,
lavar,
passar,
cozinhar
e cuidar dos filhos da mesma forma.

E ainda temos que dividir
as despesas da casa.


Não era muito melhor
ter ficado fazendo tricô
na cadeira de balanço?


Chega, eu quero alguém
que pague as minhas contas,
abra a porta para eu passar,
puxe a cadeira para eu sentar,
me mande flores
com cartões cheios de poesia,
faça serenatas na minha janela
(ai, meu Deus, já são 6:30h,
tenho que levantar!),
e tem mais,
que chegue do trabalho,
sente no meu sofá, e diga
"meu bem,
me traz uma dose de café, por favor!".


Descobri
que nasci para servir.

Vocês pensam que eu
tô ironizando?????
Tô falando sério!!!!!!!!

Estou abdicando
do meu posto
de mulher moderna....

1 comentário:

Ana disse...

Bem me custa dar a mão à palmatória, mas quantas verdades se encontram por aqui...

Abraço