terça-feira, 29 de abril de 2008

O Avião vai abaixo


Depois da trágica morte do seu proprietário, aquele simpático bar que se via do outro lado do aeroporto, ali como quem passa na 2.ª Circular em direcção a Sacavém, que muitas dúvidas levantou aos intrigados turistas que pretendiam saber se o piloto se havia enganado na pista e aterrado de emergência naquele local, vai ser demolido.
Tendo em atenção a principal actividade que ali era desenvolvida, a aldeia foi investigar junto de clientes antigos e chorosos que lá foram confessando que nos velhos tempos é que era, nessas alturas havia lá febra boa e jeitosa, mas com o falecimento do proprietário tiveram de usar mão-de-obra barata interna para os espectáculos e as coisas não voltaram a ser o que eram. Chegaram, inclusivamente, a contar-nos um episódio de uma dança efectuada por uma senhora de etnia cigana, retirada das ruas, que ao balancear-se agarrada ao varão, excitada com uma música dos Gipsy Kings que tocava na altura, soltou a alça do soutien e só tiveram tempo para ver um simpático velhote, que assistia deliciado à cena no outro lado do avião, engolir a dentadura com a violência do inesperado embate dos seios da cigana na sua cara. Nos momentos de pânico que se seguiram, em que se sorteava a identidade do que iria fazer respiração boca-a-boca para reanimar a vítima, recordam que a mesma voltou a si de forma espontânea, pese embora a dentadura só tenha saído após a utilização de um instrumento de sucção doméstico, vulgo aspirador, cuidadosamente enfiado pelo recto do idoso, já que se alojara na parte final do intestino grosso e o velhote recusava-se a ir ao hospital para não passar vergonhas.
Por isso, e em conclusão, os clientes habituais já rareavam e são unânimes em admitir que, a continuar daquela forma, o melhor mesmo era acabarem com aquilo.
E deixam a proposta à Câmara Municipal para, junto ao Cais do Sodré, permitir a abertura de outro estabelecimento do género, desta feita nas águas do Rio Tejo, de preferência um porta-aviões, já que dessa forma poderiam entusiasmar-se e colocar lá umas tipas que fizessem jus ao nome da embarcação.
A aldeia aprova a ideia, desde que ali se sirva tinto... resta saber o que achará dela Sá Fernandes!
Hic Hic Hurra

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