Conto de fim de semana
Era uma vez um barco que navegava em alto mar, há já longos meses, em viagem tormentosa, por entre tempestades e vento ciclónicos.
O capitão, sempre seguro de si, indicava o norte, esquecendo-se que não tinha frequentado até ao fim o curso de «bem navegar em todos os mares».
A tripulação, essa, era composta por marinheiros esforçados e pagos a peso de oiro mas, na sua maioria, pouco competentes - tinham sido escolhidos muito em cima da partida, quando os melhores já estavam arregimentados para outras empresas.
O dono do navio, em terra, pedira inicialmente uma viagem tranquila e segura, e que no regresso viesse carregado de riquezas nos seus porões. Agora, via rádio, já só desejava que a embarcação alcançasse bom porto sã e salva.
Ora, já não muito distante do seu destino, abateu-se, na passada 5.ª feira, sobre o nosso barco, uma violenta tempestade, com vagas superiores a um metro e oitenta, que durante cerca de 90 minutos o fustigou, infligindo-lhe dois tremendos rombos no casco, inundando o porão e inviabilizando que, na escala que pensavam fazer na Rússia, carregassem ainda algum tesoiro.
Os prejuízos são de difícil reparação, e tornarão ainda mais penosa a viagem de regresso a casa, antecipada com uma imediata mudança de rota.
Contudo, e inesperadamente, na 6.ª feira o tempo mudou e pôs-se um mar chão, ideal para a navegação, com um suave e constante vento favorável.
Vejamos se a nau sabe aproveitar esta maré de sorte e mesmo assim alcançar terra com algum lucro!
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