segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Mais uma atençãozinha do nosso Ministro das Finanças

Realmente, o rapaz não se cança de nos mimar.
Agora, nós todos, fiéis pagadores de impostos, zelosos cumpridores das obrigações fiscais, que não podem ou não conseguem fugir com um cêntimo à implacável colecta do Estado, passamos a ser responsáveis pelas dívidas fiscais do nossos fornecedores.
É assim mesmo. E para os mais cépticos, aqui vos deixo uns casos práticos do que realmente pode - e vai - suceder.

O Senhor Marquês decide perpetuar-se, a si e à sua família, de forma aristocrática. Vai daí, encomenda à Paula Rego o correspectivo quadro. A moça, que não gosta de pintar para aquecer, pede-lhe logo adiantado 50% do preço da empreitada (que não é pequeno, pela certa).
Sua Senhoria acede, paga e, como tem mais que fazer do que preocupar-se com tais minudências, deita fora o recibo (se é que chegou a pedi-lo).
A artista esquece-se de declarar ao fisco uns quantos quadros que vendeu, tem tudo em nome de um sociedade com sede na Ilha de Man, e os inspectas, que descobrem na contabilidade uma encomenda do Senhor Marquês, notificam este para provar que pagou ou pagar o valor titulado às finanças.

O dá um telefonema ao Zé, o Roquette, e encomenda uma dúzia de caixas de Esporão reserva especial. Esta encomenda é por troca daqueloutra de Monte Velho, que estava algo passada e que, apesar de paga, foi devolvida.
Ora, como é bom de ver, o Zé já nem se lembra que a pagou, quanto mais o que fez ao recibo que lhe foi enviado há 6 meses. Recebe então uma visita do fiscal do fisco para que prove o pagamento ou então que se chegue à frente com umas valentes centenas de euros porque a sociedade fez umas aldrabices e não declarou em sede de IRC aquilo que devia.

O Chefe, fiel cliente da casa de alterne Salgado Prazer, compra um livre trânsito anual. Passam-se uns meses, já não sabe o que fez à factura-recibo, e o estabelecimento, gerido pela nossa conhecida Roberta Pachacha, é encerrado pelas finanças por só declarar prejuízos há 6 anos e a dita passear-se de Mercedes SLK, último modelo. Como declarou que os seus clientes lhe deviam muito dinheiro e o Chefe consta da lista daqueles, ou paga os € 3.000 do passe ou tá feito ao bife (que não a febra das moldavas).

E ainda se interrogam do porquê da crescente onda e emigração de trabalhadores lusos...

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