segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Um mistério chamado D. Sebastião - um pouco da nossa estória em suaves prestações diárias



(continuação)

PARTE X

Após tão efusivo tratamento, e invocando urgência na diplomacia militar, D. Sebastião nem hesitou, partindo para África nesse mesmo ano.
Chegado ao velho continente africano, tão sobejamento conhecido já dos lusitanos, após uma viagem sem incidentes de maior, na companhia do voluptuoso harém que lhe havia sido gentilmente emprestado e com o qual muito privou, o nosso monarca foi luxuosamente recebido na tenda do seu amigo Ara-Fate, com apenas 457 divisões principais e 784 divisões acessórias, montada no meio de um esplendoroso e verdejante oásis, onde ficou instalado na suíte real, uma das 28 suítes de luxo ali existentes.
Na primeira reunião que teve com Ara Fate, este confessou as razões que o motivaram a empreender a longa jornada até Portugal e a solicitar a El-Rei o seu apoio: existiam no local uma série de desertores que, comandados pelo líder religioso Isaac Rabino, teimavam em atrapalhar o normal governo de Ara Fate.
D. Sebastião nem quis escutar mais e, no dia seguinte, partiu à procura daquele que, segundo ele, assim que sentisse o aço de sua espada haveria de voltar e pedir perdão a Ara Fate com o Rabino entre as pernas.
Uma semana depois, numa manhã de muito nevoeiro, onde, segundo alguns, não se via um boi à frente do nariz, D. Sebastião e o seu fatigado exército encontravam-se em Alcácer-Quibir, retemperando forças com umas migas à alentejana (certamente inspiradas no nome do local) e contando anedotas de alentejanos (porque seria?), quando se apercebem do cerco que lhes fora habilmente montado pelas tropas fiéis ao Isaac Rabino.
Como cavalheiro que era, que não gostava de combater sem primeiro conferenciar com o seu opositor, numa estratégia que visava, essencialmente, detectar-lhe as eventuais fraquezas, El-Rei solicitou a Isaac Rabino uma audiência onde, segundo o mensageiro que foi enviado em missão de paz fez notar, lhe tomaria apenas uns minutos do seu precioso tempo.
O pedido foi liminarmente deferido, no âmbito de um plano chamado Alá-Seja-Louvado-Por-Nos-Haver-Brindado-Com-O-Simplex que começava a ser implementado no seio das tropas fiéis a Isaac Rabino e D. Sebastião, acompanhado apenas do seu fiel escudeiro, um membro da pequena nobreza chamado Marquês Mendes (muito utilizado em missões de espionagem, porque conseguia sem esforço caminhar sempre fora do alcance da visão do inimigo), parlamentou brevemente com o seu opositor, após o que regressou para o seu acampamento, dando ordens para que todos os preparativos fossem efectuados tendo em vista o momento do combate que se aproximava, requisitando para perto de si Miyagi-San, um simpático velhinho que dava os primeiros passos numa terrível arte oriental denominada Karaté e que andava sempre com um rapazinho chamado Daniel atrás de si, rapazinho este que costumava andar sob uma só perna e gritar muito alto enquanto executava estranhos movimentos corporais e batia com as pernas e com os braços em palmeiras fazendo cair cocos em cima de si de forma brutal.
(a continuar)

Hic Hic Hurra

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