Um mistério chamado D. Sebastião - Um pouco da nossa estória em suaves prestações diárias
(continuação)
PARTE III
Para Ministro dos Males e das Maleitas do Reino, foi chamado D. António Chicote de Prados, um nobre formado em Cirurgia Mortis Causa pela Universidade de Bogotá.
A ele competia tratar da saúde ao povo português, através da criação de novas casas de repouso para idosos e cavaleiros cansados ou estropiados, da construção de novos centros de saúde com pessoal atencioso e especializado em áreas nada análogas à saúde, fazendo cada utente contribuir com uma taxa moderadora de cinco mil-reis à entrada (gozavam de isenção desta taxa os membros do Governo e os que praticassem musculação, soubessem artes marciais ou se apresentassem no local em maior número ou com maior poder militar do que aquele que lá se encontrasse no momento), da melhoria das estruturas das casas de parto e da inauguração de novas propriedades de repouso eterno.
Foi ele o grande mentor das unidades móveis de prestação de cuidados de saúde, também conhecidas como Carruagens 112, embora nos primeiros tempos tivessem funcionado movidas a asnos, pois os cavalos estavam todos ocupados em batalhas, o que levou a comentários jocosos por parte da população, sempre avessa a estas novidades, que afirmavam que aquelas composições de saúde eram um fartar vilanagem de burros, onde só escapava o paciente.
Para Ministro das Leys e dos Regulamentos foi escolhido D. Aberto nas Costas, um nobre formado em Psicose Neuro-Jurídica pela Universidade Independente de Trinidad y Tobago.
A ele competia zelar pela boa prossecução da justiça no reino, bem como superintender à melhoria das estruturas judiciais e ao normal funcionamento da polícia-real, sendo que, nesta última atribuição, era coadjuvado pelo Ministro das Polícias Reinantes, D. Ruy Bananeira, um fidalgo que conseguira um doutoramento em Técnicas de Extracção de Dentes e Outros Órgãos Dispensáveis em Alturas onde a Verdade Material deve Vir ao de Cima como o Azeite na Universidade da Cova da Moura.
E, se ao primeiro se ficaram a dever reformas profundas na área da magistratura, onde conseguiu implementar um horário fixo de 23.30 horas de trabalho diário e reduziu as férias judiciais a meia semana por ano, como forma de combater o excesso de processos pendentes e foi o grande criador das chamadas Varas judiciais, tara que tinha desde que praticara salto à vara na adolescência, o que levou muitos dos membros da oposição a afirmarem, embora não publicamente por receio de represálias, que o homem era varado dos cornos, ao segundo ficou a dever-se a implementação, junto das forças de segurança, de instruções que davam primazia ao silêncio, como prova de competência, já que todos passaram a ter ordens de atirar primeiro nos desconhecidos e só depois perguntar quem lá vinha. Foi após a sua influente acção que se inventou, nos meninos de rua, um jogo que ainda hoje tem a sua actualidade conhecido por polícias e ladrões mas que, estranhamente, era jogado apenas por crianças que, para quem os questionasse, diziam sempre ser polícias, mas depois, passados alguns momentos após a conversa, verificava o autor da pergunta que lhe faltava a bolsinha das moedas.
(a continuar)
Hic Hic Hurra
2 comentários:
Caro zé,
Andamos a beber uns copos da melhor colheita, esta nova "coluna" da aldeia está muito boa. Assim se vê onde começou a desgraça onde nos encontramos.
Cara vizinha ticha,
São palavras como as que V. Exa. acabou de proferir que fazem com que este pobre escriba ainda ganhe algum alento para participar na destruição histórica de um período misterioso da Nação.
Agora fora de brincadeiras, fico bastante satisfeito em que tenha gostado deste esforço prosaíco e inventivo, pois é esse o objectivo.
Faça o favor de nos continuar a ler e a comentar porque, honestamente, eu entendo que um blog poderá ser o repositório de opiniões pessoais, mas nada dará mais prazer a qualquer autor/blogger do que ter um feed-back daquilo que escreve.
E, por outro lado, também em minha opinião, nada é mais agradável do que utilizar um meio aparentemente mais distante de comunicação para conseguir uma interacção agradável entre os vários intervenientes, sejam eles autores do blog ou visitantes que comentam.
O meu obrigado, de qualquer forma... vou tentar continuar a beber do mesmo lote, a ver se não estrago a "coluna"!
Hic Hic Hurra
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