terça-feira, 7 de agosto de 2007

Um mistério chamado D. Sebastião - Um pouco da nossa estória em suaves prestações diárias

(continuação)

PARTE II

Para Ministro do Tesouro chamou D. Peixeira dos Anjos, um nobre que estudara Matemáticas Aplicadas ao Quadrado e ao Cubo sob a mão de Pitágoras na Universidade de Alhos Vedros.
A ele competia a administração do tesouro real (ou do que dele restava, para sermos mais precisos), a elaboração do Orçamento do Reino (o qual era diário) e a imposição dos tributos segundo um princípio de justiça tributária à Robin dos Bosques, mas interpretado "a contrario", isto é, cobrava dos pobres para dar aos ricos.
Aliás, foi ele o grande criador do famoso princípio universal, que ainda vigora nos dias de hoje, "in dubio pro Fiscum".
Para Ministro dos Monumentos Nacionais das Carruagens e dos Estafetas contactou D. Vigário Fino, nobre formado em Técnicas de Reprodução Consoante os Locais Mais Apropriados pela Universidade de Monsanto.
Tinha a seu cargo a distribuição da população pelo território nacional (constituindo a maior prioridade o povoamento do deserto situado a sul do Tejo) e ultramarino, a edificação de habitações para o povo segundo o princípio "dá-lhes um tijolo que eles fazem o resto", e a construção de vias rápidas no sentido Nascente-Poente e vice-versa para veículos com tracção às quatro patas.
Era, ainda, o manda-chuva de toda a Administração do Reino, a qual era composta por três tipos de entidades:
- Os serviços administrativos da Torre do Tombo;
- A administração da Torre do Tombo;
- O administrador-mor da Torre do Tombo.
E, já na época, numa medida de contenção de despesas e de aproveitamento dos recursos humanos existentes, que apelidou de Simplum, fez com que apenas uma pessoa reunisse em si as três entidades e, como extra, acumulasse ainda as funções de porteiro, ajudante de escrivão, escrivão, chefe de repartição e vice-governador para os assuntos do pessoal.
Mais tarde, haveria de ter um sonho em que via estranhos pássaros cujas asas não se moviam e transportavam pessoas na sua barriga a pousar num campo para cultivo de batatas perto da Ota, logo seguido de um pesadelo em que via os mesmos estranhos animais a pousar num campo de caça à raposa em Alcochete. Nunca ninguém soube o que significariam tão estranhas visões...
(a continuar)

Hic Hic Hurra

2 comentários:

Marquês disse...

Assinalemos então o primeiro anacronismo histórico desta história: se a Ota não existe no sec. XXI, logicamente também não existiria no sec. XVI.
Bamos com calma e nada de mais desrespeitos históricos, s.f.f..
VIVÒ REI!

Bottled (em português, Botelho) disse...

Caro Marquês, Senhoria,

Passo a citar:

"Crê-se que o topónimo Ota deriva do árabe (uata) e quer dizer sítio baixo. De facto, tratava-se de um vasto campo alagadiço, o Paul da Ota, aquele que D. Sancho I doou, em 1189, ou 1193, ao convento de Alcobaça, doação confirmada em 1195 por Celestino III. Aqui realizaram os monges as primeiras obras de arroteamento e drenagem realizadas no país, que posteriormente aplicaram nos coutos de Alcobaça.
O paul da Ota será coutado, em 1486, por D. João II.
Esta região vinha, no entanto, sendo já habitada desde tempos pré-históricos."

Dizia V. Exa. o quê relativamente a pretensos anacronismos históricos e ao facto de a Ota não existir no séc. XVI?

Aproveito o ensejo para referir, a propósito de Alcochete, também referenciada no pesadelo de Vigário Fino, que foi o berço de nascimento de D. Manuel I, em 1469.

Olhe que nós aqui gozamos de um intenso rigor histórico e, quem o ler, até vai pensar que nos andamos a divertir criando situações fictícias...

Hic Hic Hurra