Néctar do mês

Ora vos deixo uma sugestão que acompanha às mil maravilhas as sardinhas assadas que se impõem nos Santos Populares.

Surgiu-me como uma inesperada e agradável surpresa este vinho do Douro - a minha região de eleição. Há uns meses, passeava-me eu pelo supermercado do El Corte Inglés (a verdadeira morada do Demo, tanta é a tentação!) quando aparecia em destaque e promoção um «Meio Queijo» de 2004.
O nome não me dizia nada, o ano da colheita não tinha nada de especial (pelo menos que se compare com as de 2000, 2001 ou 2003) e era produzido por uma casa inglesa, conhecida sobretudo pelos seus execelentes portos.
Acresce que o preço - pouco acima dos 3 euros - era um verdadeiro convite à prova, e vai daí levei uma botelha para casa.

Passados uns tempos, num jantar cá na esquadra, acabou-se uma garrafa do alentejano Porto da Bouga (um reserva de 2003) e resolvi expperimentar o dito, sempre convencido de que seria inferior ao anterior.
Meus amigos, parecia Cristo nas Bodas de Canâ: o pessoal - moi méme incluído ficou estarrecido pela pomada.

O vinho não apresenta uma grande complexidade, é frutado q.b., de cor grená escura e aroma muito frutado; tem um final de boca persistente e na prova tem laivos de frutas maduras (porventura amoras) e um resquício da madeira, onde estagiou.

Mais tarde, documentando-me, vim a saber que o vinho do segmento acima desta produtora, custando cerca de 12 euros a garrafa - Chrchill Estate de 2003 - foi considerado por especialistas internacionais entre os 100 melhores vinhos do mundo.
Escusado será dizer que, destas, nem uma sobrou para eu provar...

Por isso, mesmo que não percebam muito da poda, fiem-se em mim (mesmo o meu fã Nogueira): se puserem os olhos em cima deste Meio Quijo, deitem-lhe também a mão, pois duvido que encontrem por aí melhor relação qualidade preço e fazem vistaça junto dos vossos convivas pela certa (eu já tenho a minha dose de encómios).