Mudam-se os tempos...

A Igreja Católica, como muito bem escreveu o Senhor Marquês num post anterior sobre o assunto, tem vindo a perder os donativos nas missas e outros actos religiosos que celebra.

Como tal, a Santa Sé decidiu que havia de acompanhar a mudança dos tempos, já que era nítido que, em certos locais com alguns problemas sociais e de marginalidade, os crentes já não compareciam com frequência na Casa do Senhor.

E, se bem o pensou, melhor o fez, dando carta branca a todos os responsáveis eclesiásticos para, no âmbito das respectivas dioceses ou paróquias, adoptarem as medidas que entendessem por convenientes tendo em vista a obtenção do resultado pretendido: a condução das ovelhas tresmalhadas de volta ao rebanho de Deus.

Por isso temos hoje a grande oportunidade de revelar ao mundo o que os responsáveis por uma das Igrejas situadas numa zona problemática decidiram fazer para voltar a acolher no seu seio os fiéis perdidos: adaptar a estátua de Jesus Cristo à nova realidade sócio-cultural.

E o certo é que, logo no primeiro domingo, após a missa, a caixa de esmolas registava mais três seringas usadas, dois panfletos, uma fileira de coca, alguns cogumelos mágicos, uma caixa de preservativos, oito DVD's piratas do filme "A última tentação de Cristo" e duas dezenas do filme "O Crime do Padre Amaro" (versão portuguesa), bem como seis auto-rádios gamados com uma nota que dizia "Perdoai-me, Senhor, que eu não sei o que fiz. Eles pertencem a pessoas a quem ajudei a estacionar carros para virem a esta missa mas a tentação foi mais forte do que eu. Por favor, façam com que estes rádios regressem aos seus donos e peçam-lhes desculpas por eu lhes ter partido os vidros dos carros. E, já agora, apresentem as minhas desculpas a todos aqueles a quem risquei os automóveis por não me terem dado a moedinha da ordem. Não compreendi, na altura, que eles a iriam doar a essa Igreja. Estou arrependido. Beto Mãos-Leves".

Hic Hic Hurra