Mais uma obra-prima Cabeleireiros Porvinhus
Digo-vos sinceramente: se isto continua assim, em breve abrirei uma multinacional do penteado e concretizarei o meu sonho de unir, num só estabelecimento, um cabeleireiro com uma taberna, sendo que os clientes, depois de bem bebidos, facilitam e muito a árdua tarefa criativa de quem tem de lhes cortar o cabelo e deixá-los felizes com o seu new look.
Isto porque, uma vez mais, deixei à beira do extâse o cidadão cujo penteado publico em cima.
Imaginem só a cena: ele entra-me no salão, eu olho para ele e que vejo? Sim, que vejo? Um tipo carrancudo e com ar desesperado. Meto-me com ele, pergunto-lhe se o freguês quer cortar o cabelo ou aparar a barba e que me responde ele? Sim, que me responde ele? Responde-me que se está a cagar para isso, que a sua vida tem sido uma merda, que não consegue manter uma relação estável e que está farto da bosta da sua vida.
Depois de mais uns quantos desabafos, decidi fazer-lhe um penteado que o ajudasse a demonstrar publicamente os seus sentimentos nesta fase menos boa da sua vida.
Quando terminei e lhe mostrei ao espelho retrovisor (que não o do carro) o resultado final da tesourada ele delirou e disse, satisfeito da vida enquanto me pagava o serviço e deixava uma gorda gorjeta, que já não iria necessitar de gastar mais do seu latim para dizer aos outros o que lhe ia na alma, bastava rodar sobre si mesmo e... era trigo limpo, farinha amparo.
Hic Hic e eu a abater a conta caucionada na Taberna...
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