sexta-feira, 20 de abril de 2007

Engenheirices

A aldeia vasculhou na podridão, embora munidos de repelentes e com uma fatiota especial para o efeito (com luvas e capacete protector), e foi descobrir as obras que Sócrates engendrou para a Universidade Independente e que levaram a mesma a nomeá-lo Coordenador no último ano e a endereçar-lhe um amável convite para ficar a leccionar naquela instituição, o que foi declinado de forma igualmente simpática, como já é do conhecimento público.
A primeira obra prende-se com a instalação eléctrica necessária ao funcionamento do cagueiro dos motoristas do Conselho de Administração que, uma vez que os seus patrões tinham amiúde de vir assinar diplomas aos domingos e costumavam ficar até tarde, nas noites escuras não acertavam no sítio certo e aquilo era uma javardice pegada. Foi, pois, necessário, fazer uma puxada da rede eléctrica municipal para que se iluminassem os cagueiros, mas não havia verba disponível para comprar um fio com o comprimento necessário, pelo que tiveram de recorrer a uma promoção, com fios mais curtos, e engendrar a solução alternativa que demonstramos na primeira foto.

Num segundo momento, Sócrates, inspirado na música dos Talking Heads, muito ouvida e apreciada ao tempo, decidiu fazer, a partir das traseiras da Independente, uma verdadeira Road To Nowhere, o que lhe possibilitou granjear grande prestígio entre os docentes e lhe permitiu terminar o Curso em casa, situação que só está ao alcance dos mortais que reúnem dois requisitos essenciais: o primeiro é ter uma casa e o segundo é chamar-se José Socrates.

Depois, tornava-se necessário resolver o problema do declive que impedia que os veículos pesados dos fornecedores da Universidade levassem as mercadorias em falta até aos portões laterais, o que obrigava os funcionários a ter de as transportar morro acima. Não mais voltaram a ter problemas desses, pois o génio criativo em ebulição do grande Eng.º entrou em acção, uma vez mais de forma brilhante.

Descobriu-se, entretanto, que a Universidade necessitava de ter uma rampa de acesso destinada a pessoas com deficiência e, uma vez mais, foi o engenho e a arte do nosso actual Primeiro que resolveu a situação, de tal forma que, sabe-se hoje, o único deficiente que lá andou a estudar foi o próprio criador da obra.

Era, depois, necessário ampliar o edifício para um piso superior, o que foi efectuado, mas não existia consenso sobre a melhor maneira de unir a estrutura. A solução encontrada por Sócrates, ainda hoje utilizada para resolver os grandes problemas do País, foi simples e eficaz. O piso superior existe, está lá, mas estranhamente não é utilizado, embora tal não se fique a dever a falta de escadas de acesso.


Por fim, e para evitar que as salas onde efectuava as suas provas orais viessem abaixo com as ruidosas gargalhadas emitidas pelos colegas e demais pessoas que assistiam às mesmas, tal o tamanho das barbaridades proferidas, era sempre necessário reforçar a estrutura de cada sala através da utilização do pilar amovível que ora se mostra, e que o nosso Eng.º levava sempre a tira-colo, em vez dos livros, em época de exames.
Brilhante, não é verdade?
Hic Hic Hurra

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