segunda-feira, 23 de abril de 2007

ENCARALHATUM SUM!

Quando eu era pequeno diziam-me que fosse estudioso e trabalhador que a vida me sorriria naturalmente. Puto, imberbe, continuamente me apliquei na escola e desde cedo trabalhei sempre que pude e da melhor forma que conseguia.
Anos mais tarde, já adolescente, continuei a estudar arduamente para entrar na Universidade (numa a sério, não na UNI) e trabalhava para pagar os meus estudos. Nessa altura diziam-me para ser esforçado, honesto e fazer o bem pelo próximo que tudo me correria bem.
Já na Faculdade (a sério) fiz o curso no tempo regulamentar e nunca parei de trabalhar. Mais, inocência, tive uma experiência política de 10 anos (sim, caramba, o Chefe foi político) e só depois de muita sacanagem, safadeza e vilanagem vi a luz e me afastei da corja que alegremente vai desbaratando uma nação quasi milenar. Depois, desejando continuar a contribuir para o bem de todos, voluntariamente e sem nada ganhar, participei em vários movimentos cívicos, fui presidente de associações, ingressei na Administração de uma Misericórdia... tudo para no fim olhar de novo a vilanagem a sorrir-me trocista, desdenhosa, viciosa como ela só.
Desisti, amigos! Dediquei-me ao meu negócio e hoje não faço nada que não seja com o objectivo do lucro. Mas, pergunto-me por vezes, e como parar os desejos de “acção” que por vezes ainda me assaltam?! Sinceramente vos digo, tornei-me humilde, satisfaço-me com um ou outro desabafo no nosso blog. Ando mais satisfeito!
Agora pergunto: Não desejando eu voltar a cair na tentação de baixar de novo à liça para mais sangrentos e inglórios combates na politiquice nacional, o que farei com a crescente indignação que sinto perante o que estes alarves estão a fazer ao meu Portugal?
Estarei perante um circulus inextricabilis?
Terei de continuar a observar esta barbárie até ao fim?
Optarei, um dia, por emigrar e assim não participar de vez nesta miséria?
Regressarei – mesmo – aos infindáveis combates?
De momento só posso dizer que “ENCARALHATUM SUM”! E não gosto nada!

P.S. – Hoje permiti-me partilhar esta minha divagação convosco, membros e amigos da Aldeia, uma vez que há ocasiões em que necessitamos de falar de coisas sérias com malta que respeitamos. Ora, sucede que hoje lembrei-me de fazer contas e cheguei à conclusão que a amizade que me une aos meus colegas de blog já dura há 17-18 anos. Uma vez que em nada dependemos uns dos outros, o facto de a distancia e afazeres profissionais e familiares não nos conseguirem afastar tem de significar qualquer coisa de muito bom. Se para mais este blog não servir, serve para provar isso mesmo (e já é muito).

3 comentários:

Bottled (em português, Botelho) disse...

Caro Chefe,

Partilho, como sabe, das mesmas inquietações e também me fui desenganando ao longo desta estrada chamada vida, cujo fim desconheço.

Ainda assim, Homem (assim mesmo, com H maíusculo), deixe-me reafirmar que foi um prazer tê-lo conhecido e que é uma honra sabê-lo meu Amigo (assim mesmo, com A maísculo). Acredito que o inverso também é verdadeiro e, ao contrário do que sucede normalmente, quanto mais velhos ficamos mais valor damos a estas pequenas, simples mas fantásticas coisas, como seja o facto de partilharmos um blog com amigos, na verdadeira acepção do termo, tão ou mais malucos do que nós.

Como diria o Frederico Mercúrio antes de bater a caçoleta: "The show must go on..."

Aquele abraço fraterno, ainda que os matraquilhos possam já estar com ferrugem o certo é que os Invernos continuam a passar e... nós cá estamos!

Hic Hic Hurra

Marquês disse...

Quando o Chefe está com o período, nota-se logo no raio dos posts...

Ticha disse...

Gostei de ler, sim senhor...Infelizmente vilanagem é o que mais existe neste País e cada vez mais sem ela não se consegue nada...