quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Magazine Literário na “Aldeia” – Parte III (antes devem ser lidas as partes I e II)

Outro aspecto marcante de “As Porcas” é o espaço em que a acção se desenvolve – uma quinta senhorial em N. – sendo que é aí que as duas jovens brasileiras já totalmente despojadas das suas roupas são convidadas pelo seu captor a darem um banho de língua uma na outra enquanto aquele as vai fotografando em frente à lareira e dizendo de si para si: “não é bem uma praia mas vai ter de servir para o blog”, evidenciando um perfeito conhecimento do Autor em relação às novas tecnologias e meios de divulgação da informação.
Até mesmo quando as duas entusiasmadas jovens já gemem prazenteiramente nos braços uma da outra, com uns olhinhos brilhantes e gulosos lançados em direcção ao extasiado Marquês, o Autor consegue reunir recursos literários para descrever ricamente a ambiência de Nafarros, com as correntes penduradas nas paredes, os ferros em brasa que luzem na lareira e evidenciam o brasão do Nobre Senhor daqueles lugares e os ricos ornamentos de cabedal que demonstram toda uma especial predilecção por práticas S.M.’s reiteradas ao longo de anos com uma devoção quase fanática.
Mais ainda, o genial escritor demonstra um profundo conhecimento da Teoria do Caos quando, inesperadamente e contra todas as expectativas, a jovem Marlene despega os lábios dos seios da sua amiga e se dirige com ar guloso para o seu já entusiasmado captor dizendo melosamente: “Eu quero engolir sua anaconda, Senhor Marquês!”.
O drama, o inesperado, o decepcionante e muito mais emoções, o melhor, enfim, ainda está para vir.

(segue dentro de momentos)

2 comentários:

Anónimo disse...

olha ó fachavor vocemecês enviam esse livro à cobrança? eu queria comprar pelo menos meia duzia

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

Brilhante, Chefe!!
Quando comecei a ler, pensei «vem mesmo a calhar um contozito erótico para eu esgalhar aqui o pessegueiro, que trabalhar é que não me apetece», mas eis senão quando a história se transmuta numa épica comédia, que bate aos pontos qualquer argumento de Woddy Allen.