domingo, 12 de novembro de 2006

The Childhood Return... e foi tão, mas tão FISH!



Amigos,

Meus amigos,

A noite de ontem na Aula Magna da Reitoria de Lisboa vai ficar para sempre gravada na memória deste que, por devoção aos tempos de uma juventude perdida (a lost youthood), se bem que eu com os meus 15/16 anos, quando descobri pela primeira vez o Misplaced Childhood dos Marillion, também poderia ser classificado como uma criança, simplesmente os idolatrava ao ponto de não descansar enquanto não tinha acesso a todos os seus discos, mesmo os de mais difícil acesso.

Como disse já a muita gente, este terá sido, talvez, o LP que mais tocou no meu gira-discos da altura, fazendo com que este pobre diabo e actual adorar de vinho e bebidas com teor alcoólico (Uncle Fish, that's one in common for both of us), ficasse um puto extasiado pela beleza lírica e pelas melodias bem trabalhadas, de um daqueles grupos que marcam uma juventude.

Não foram os únicos, os Marillion, mas foram talvez uma das mais importantes influências musicais dos meus tempos de jovem.

Imaginem, pois, como me senti quando soube que ele estaria de volta a Portugal (eu, que já o tinha ido ver a solo ao extinto Cinema de Alvalade, aquando da separação dos Marillion, ambos seguindos rumos musicais distintos, no momento em que ele acabara de lançar em vinil um LP/CD que também considero uma obra-prima, chamado Vigil in a wilderness of mirrors, do qual só tocou um tema ontem - o The Big Wedge, deixando aquele sabor amargo de uma das melhores baladas de sempre, intitulada Cliché, que está nesse disco).

Mas o que dizer?

Não existiram momentos maus e tentem, apenas, imaginar como se sentiu a alma deste pobre mortal quando, de novo, foi confrontado com um dos seus heróis de adolescência numa atmosfera acústica muito boa e com uma sala cheia de atentos e sabedores fãns de um Great Scotch que ainda nos deixa a todos ébrios com a sua potente voz, com o seu saber estar em palco e fora dele e com a excelência das suas composições e dos músicos e equipa que o acompanhou nesta digressão.

Para mim, falar mal de Fish é impossível. Se há nirvana na Terra, eu estive lá, eu saltei lá, eu cantei lá, eu emocionei-me lá e ficava lá para sempre e mais um dia, não tivessem as coisas boas da vida, também elas, de ter um fim.

Dois encores a um público rendido e apenas a seguinte definição para o espectáculo:

Fabuloso Inesquecível Soberbo e Hiperbólico.

Amigo e Tio Fish, deste-te ao trabalho de regressar a Portugal e assim fizeste as delícias sonoras deste que sempre te admirou musicalmente. Obrigado, muito e muito obrigado pela tua simpatia e por me teres dado a oportunidade de recuar 20 anos no tempo e sentir, nos dias de hoje, aquilo que sentia quando te ouvia antigamente. Para ti, o meu eterno obrigado.

"The child is here... this is the heart... the heart that I believe was lost!"

Cheers!

Hic Hic Hurra

PS - A primeira parte dos portugueses Forgotten Suns também não foi má. Para mim, o vocalista, ao contrário do que ouvi comentar, tinha uma boa voz, mas talvez aquele tipo de música, mais hard/heavy não seja a ideal para o seu timbre. Ainda assim, gostei da balada que dedicaram ao Uncle Fish e de uma música chamada Flash!

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