quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Ó Chefe, dê lá aí um copito d´'água fachavor... ahhhh... obrigado!

Acabei de saber que já há um comerciante em Portugal que leva a modesta quantia de 20 cêntimos por cada copo de água que os seus clientes pedem no seu estabelecimento.
Isto transporta-me lá muito para trás na máquina do tempo, nos tempos em que eu era catraio (sim, já fui um catraio... por sinal, muito jeitoso, havia até quem, quando me viam com uma caixa de Nestum na mão, dissesse que eu era parecido com o Figo... obviamente que a caixa era de Nestum de Figo), e fazia aquelas grandes futeboladas à baliza (onde nem via passar a bola, eu estava era sempre caído agarrado à marmita cheia de sopas de cavalo cansado que a minha mãe me mandava para o almoço) e depois lá ía, no final, até ao café mais próximo, com o pessoal da equipa e mesmo com os adversários, eles sedentos, vê-los pedir encarecidamente o belo do copo de água com que matavam a sede depois de tanta sarrafada no maltratado esférico (e não estou a falar da SuperLiga).
Pois bem, pelo rumo que isto está a tomar, creio que os nossos filhos não vão poder usufruir destas benesses e, uma vez mais, lamento que as coisas tomem estas proporções.
Dizem que, feitas as contas, se o tipo desse 4.000 copos por ano tinha de pagar 800 € de água. Respondo eu, e se tirar 4.000 bicas por ano, quantos euricos de lucro, só aí, ele não iria ter?
Esta é para reflectir, que é coisa para a qual, como toda a gente sabe, eu não sou talhado.
E por aqui me fico.
Hic Hic indignado... já fiquei assim quando acabaram com o vinho à borla no tempo dos meus trisavôs!

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