sábado, 5 de agosto de 2006

Férias em Beirute do Marquês - Em directo

A viagem até foi divertida. Saímos da Portela e aterramos em Nicósia, após o que fomos de autocarro, na companhia de algumas galinhas, até ao Porto de Larnaca, onde apanhámos o barco para Beirute.
No barco, connosco, além da tripulação, iam mais cerca de dez pessoas, curiosamente todas jornalistas. Nunca pensei que os jornalistas tivessem um fraquinho por passarem as suas férias no Médio Oriente.
Ao chegarmos a Beirute, fiquei agradavelmente surpreendido com a construção ali existente. Praticamente todos os edifícios eram constituídos por “open spaces”, onde as janelas e as portas praticamente não existiam. Por outro lado, as semelhanças entre Beirute e Conimbriga trouxeram-me imediatamente a sensação de me encontrar em terras lusitanas.
Ficámos alojados num hotel de três estrelas existente na cidade. Curiosamente, tivemos a sorte de ficar num dos três quartos que ainda estavam inteiros, e que ainda continham a saudável tradição ocidental de conter janelas e portas, e uma casa de banho privativa, pese embora a canalização não funcionasse e tivéssemos de nos lavar com água de um poço situado a cerca de um quilómetro do hotel. Desconheço o motivo, mas não havia mais turistas no hotel além de nós (para onde teriam ido os jornalistas que viajaram connosco?).
Fartámo-nos de ver aviões a passar por cima das nossas cabeças. Pensamos que os sujeitos possuíam realmente uma forte segurança aérea até o gerente do hotel nos ter avisado que se tratavam “dos porcos dos israelitas” (penso eu que ele terá dito isso, o inglês “alibanisado” nunca foi o meu forte).
Na nossa primeira noite no local, gostámos imenso do fogo de artifício, ao que parece patrocinado pelos israelitas. A senhora Marquesa até comentou que não via fogos com luzes tão bonitas desde a última passagem de ano novo na Madeira.
Entretanto, a nossa agência de viagens programou uma excursão de autocarro para hoje. Mal podemos esperar por ver as magníficas paisagens libanesas, bem como passar algumas horas de sol na praia que está ao lado do hotel. Quer dizer, aquilo parece ser uma praia, não fosse o facto dos canos que ali estão parecerem indiciar que se trata de um poço de água causado pelo rebentamento da canalização em função do fogo de artifício dos israelitas.
O melhor disto tudo é que já há cerca de 72 horas que não oiço falar no José Socrátes!
Se não postar mais nada nas próximas 48 horas é porque fui capturado pelo Hezbollah ou pelos israelitas (existe a forte hipótese de sermos capturados por alguma das facções, segundo disse o gerente do nosso hotel). Mesmo assim, qualquer coisa é melhor que viver sob a alçada do Governo Socialista Português!


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