O que o Gang faz com as caixas Multibanco
"Olharam todos uns paras os outros, mal o Odorico tinha colocado a questão. Não era seguro abandonar as caixas Multibanco em qualquer lado. Alguém podia vê-los e por descuidos menores já alguns amigos e conhecidos tinham sido apanhados pela Judite. Por outro lado, as barracas da zona já estavam a começar a ficar sem espaço, dado o acumular de caixas ATM que as mesmas iam tendo à medida que iam trazendo mais.
Foi então que o Cardas teve uma ideia. Tinha ouvido na televisão que era possível criar uma empresa numa hora. Sem questões, sem documentos, praticamente sem nada. Então e se criassem uma empresa cuja actividade fosse a venda de caixas ATM? Ninguém pensou em nada melhor e assim foi. O filho do Cardas foi à Conservatória e conseguiu a criação da empresa “ATM – Trânsito de Caixas, Lda.”, após o que se dirigiu às Finanças e conseguiu o número de contribuinte da sociedade. Em seguida, começaram a utilizar contactos para colocar as caixas ATM de que eram portadores nos mais variados sítios, a troco de quantias ditas razoáveis. Quando os clientes se queixavam de que as caixas não davam dinheiro, existia sempre a preocupação de mandar o Odorico ao sítio a fim de colocar umas cinco ou seis notas de 10 euros, para que existisse a impressão de que a máquina, efectivamente, estava ligada à Unicre, tendo algumas vezes a agradável sorte de se deparar com alguns depósitos nocturnos ali efectuados. O stock de máquinas nunca se esgotou, dado que alguns dos sócios conseguiam retirar caixas de outros locais. Por outro lado, as caixas da “ATM – Trânsito de Caixas, Lda.” nunca eram alvo de assalto, não só porque não tinham dinheiro, como também para não chamar a atenção da Polícia Judiciária. Até que um dia, as coisas correram mal. Dois dos sócios gerentes foram mortalmente baleados quando procediam a uma operação de remoção de uma caixa em Estarreja. Os treze herdeiros de cada um quiseram a parte correspondente à sua participação no capital social. O Cardas e o Odorico entenderam a coisa à sua maneira e mataram quatro deles. A partir daí gerou-se uma confusão na sociedade que levou à prisão de alguns dos seus corpos gerentes. Entretanto, o Estado Português abriu um inquérito à sociedade porque não foram apresentadas declarações de IVA e de IRS desde o seu início de actividade, penhorando em execução fiscal as caixas ATM de que a sociedade se dizia proprietária e procedendo à sua venda em hasta pública.
Moral da história: o Estado está se pouco importando de onde vem o dinheiro, desde que venha".
Foi então que o Cardas teve uma ideia. Tinha ouvido na televisão que era possível criar uma empresa numa hora. Sem questões, sem documentos, praticamente sem nada. Então e se criassem uma empresa cuja actividade fosse a venda de caixas ATM? Ninguém pensou em nada melhor e assim foi. O filho do Cardas foi à Conservatória e conseguiu a criação da empresa “ATM – Trânsito de Caixas, Lda.”, após o que se dirigiu às Finanças e conseguiu o número de contribuinte da sociedade. Em seguida, começaram a utilizar contactos para colocar as caixas ATM de que eram portadores nos mais variados sítios, a troco de quantias ditas razoáveis. Quando os clientes se queixavam de que as caixas não davam dinheiro, existia sempre a preocupação de mandar o Odorico ao sítio a fim de colocar umas cinco ou seis notas de 10 euros, para que existisse a impressão de que a máquina, efectivamente, estava ligada à Unicre, tendo algumas vezes a agradável sorte de se deparar com alguns depósitos nocturnos ali efectuados. O stock de máquinas nunca se esgotou, dado que alguns dos sócios conseguiam retirar caixas de outros locais. Por outro lado, as caixas da “ATM – Trânsito de Caixas, Lda.” nunca eram alvo de assalto, não só porque não tinham dinheiro, como também para não chamar a atenção da Polícia Judiciária. Até que um dia, as coisas correram mal. Dois dos sócios gerentes foram mortalmente baleados quando procediam a uma operação de remoção de uma caixa em Estarreja. Os treze herdeiros de cada um quiseram a parte correspondente à sua participação no capital social. O Cardas e o Odorico entenderam a coisa à sua maneira e mataram quatro deles. A partir daí gerou-se uma confusão na sociedade que levou à prisão de alguns dos seus corpos gerentes. Entretanto, o Estado Português abriu um inquérito à sociedade porque não foram apresentadas declarações de IVA e de IRS desde o seu início de actividade, penhorando em execução fiscal as caixas ATM de que a sociedade se dizia proprietária e procedendo à sua venda em hasta pública.
Moral da história: o Estado está se pouco importando de onde vem o dinheiro, desde que venha".
1 comentário:
Senhor Marquês,
Li atentamente o seu "post" e fiquei deveras preocupado.
Com efeito, estou a ficar demasiado parecido com a máquina pública para o meu gosto.
É que, tendo em conta a sua nobre conclusão, eu também não me importo de onde vem o vinho, desde que... venha!!!!
Hic Hic Hurra
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