sexta-feira, 21 de abril de 2006

O Massacre do Rossio

Há dois dias completaram-se quinhentos anos sobre o massacre dos judeus de Lisboa. Ao que parece tudo terá começado na Igreja de São Domingos (ainda existe), junto ao Rossio, tendo um fiel da paróquia afirmado que a imagem de Jesus Cristo estava a brilhar, o que constituía um milagre.
Ora, no local encontrava-se um cristão-novo, judeu convertido pela força à fé de Jesus, o qual logo explicou que o fenómeno se devia somente a um raio de luz solar que se infiltrava por uma fresta da igreja e ia banhar a imagem. Foi o fim da conversa: de imediato a populaça iniciou uma agressão violenta ao autor da “blasfémia” e a um seu irmão, tendo-os morto de imediato. À medida que a história ia percorrendo Lisboa as agressões de uma multidão em fúria foram-se espalhando, tendo durado três dias e culminado com a morte de 4.000 (QUATRO MIL) judeus. Diziam testemunhas que as piras dos autos de fé no Rossio eram tão altas que se avistavam em povoações situadas a dezenas de quilómetros de Lisboa, sendo que durante anos se encontraram dentes humanos das vitimas entre as pedras que calcetavam o Rossio.
É triste saber que isto aconteceu em Lisboa, no Rossio, tendo sido responsável o nosso povo. É dramático intuir que o nosso lado irracional era então, como certamente é hoje, o grande mestre quando se perde o controlo das coisas. É assustador saber que cada vez mais se está outra vez a perder o controlo das coisas em Portugal!

2 comentários:

Inspector Serôdio, José Serôdio disse...

E desses 4 mil massacrados, quantos eram do Benfica?...

Bottled (em português, Botelho) disse...

Chefe,

Não poderia estar mais de acordo.

Aliás, quase toda e qualquer nação tem períodos negros na sua história. E parece que eles são, como tudo na vida, cíclicos!

Esperemos que este ciclo que agora se mostra se encerre depressa, porque senão...

Hic Hic Hurra

PS - E devo estar a ficar contaminado pela coisa, pois quase que esbofeteei um imbecil que se recusava a servir-me um copinho de vinho por entender (veja-se lá como é que ele poderia ter chegado a tal conclusão!!!?) que eu já tinha atingido o meu limite! Como se eu alguma vez tivesse limite para a ingestão de vinhos e afins!!!!!! Mas, descansai-vos, eu consegui controlar-me e soube de fonte segura que já o soltaram do candeeiro onde o deixei pendurado pelos pés!