sexta-feira, 10 de março de 2006

O escândalo do aperto de mão

Como sempre sucede quando tenho noitada de Taberna, não resisto hoje a dar-vos a explicação real para o sucedido durante o dia de ontem, na tomada de posse do nosso novo Presidente.
Com efeito, um dos candidatos perdedores não terá cumprimentado, com o habitual aperto de mão, o novo titular do cargo, facto esse que, sei-o bem, foi largamente relatado nos pasquins desta aldeia lusa.
O que os pasquins não sabem, e me apresto a revelar, foi o que se passou na realidade, embora os personagens sejam, por razões óbvias, identificados por nomes fictícios:
"Johannes Suarez (JS) - Papá... papá... onde estás?
Marius Suarez (MS) - Aqui, entalado na sanita!
JS- Papá... tens de tomar os comprimidos para a memória. Isso não é a sanita, é a mala da escola do teu neto!
MS - Então olha, tens de o lembrar de não dar a maçã do costume à Professora, porque a mesma leva molho!
JS - Blargh... que nojo!
MS - Mas que me querias tu?
JS - Então... já não se recorda. Temos de ir a Belém!
MS - É verdade... é hoje, não é? Tenho de ir tomar posse! Faz as malas, Maria, vamos voltar ao Palácio!!!!
JS - Papá... então? O papá perdeu as eleições, não se recorda?
MS - Perdi? Mas eu nunca perdi nada na vida! Onde raio é que está a gravata azul, Maria?
JS - Pronto, papá... não se exalte. Venha lá, com cuidado, que eu durante o caminho explico-lhe tudo!"
(Durante o caminho tudo foi explicado e MS assegurou que se iria lembrar de que não seria ele o Presidente)
Já no local da cerimónia:
JS - Papá, onde vais?
MS - Vou só ali assinar o livrito...
JS - Papá, não podes... não és tu!!!
MS - Caramba, filho... larga-me! Olha o respeito devido ao teu progenitor!
JS - Calma, papá... vem comigo vamos apanhar um bocado de ar!
MS - Não posso, olha a comunicação social! Todos me querem fotografar. E o horário! Não posso quebrar as regras protocolares...
JS - Sim, papá... sim... vá, vamos lá tomar um leitinho quente ali à pastelaria, já voltamos, pode ser?
(contrariado e a resmungar lá foi o MS)
Após a cerimónia de tomada de posse, já à porta do Palácio de Belém:
JS - Papá, onde vais?
MS - Então, filho... vou entrar em casa! Até trouxe as pantufas com a insígnia presidencial que usei na minha primeira presidência!
JS - Papá... mas... venha cá... não é o papá!!!!
MS - Como não sou eu?!!!! Como não sou eu?!!!!! Larga-me ou então tenho de te dar uns açoites!
JS - Vá, largue lá o puxador do portão e venha para casa descansar um pouco...
MS - Mas... já estou em casa, raios!!!!
JS - Vá, papá... não me obrigue a levá-lo à força! E comporte-se, porque daqui a nada vem aí o Presidente e o papá deve mostrar dignidade e cumprimentá-lo!
MS - Raios!!!!! Mas como é que pode vir o Presidente se eu já aqui estou???? Estás bonzinho da cabeça ou quê?????!!!!
JS - Pronto, está bem, papá... largue lá o puxador e venha comigo!
MS - Não vou!!!!!
JS - Vá lá... largue lá isso e venha comigo a bem!!!!
MS - Já te disse que não vou!!!! Só à força saio daqui!
JS - O papá lá sabe!!!! (que chatice, tenho de o levar logo agora que já ali vem o carro do Aníbalus... e não se vão cumprimentar... paciência!!!!).
E foi assim a história do aperto de mão que, afinal, não o foi!
Para que conste também, o primeiro acto oficial do novo Presidente foi mandar colocar um novo puxador no portão de entrada para o Palácio de Belém... é que, para pasmo dos presentes, o que ali existia desapareceu misteriosamente.
Porque pugnamos pela verdade dos factos, ela aqui fica.
Hic Hic Hurra

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